Luanda - A concessionária nacional de diamantes, ENDIAMA, e a empresa russa Alrosa assinam na tarde desta segunda-feira, 22, em Luanda, o contrato de exploração da mina do Luaxe, a maior do país, segundo fonte do Club-K de fonte segura. O acto acontecerá na sede da companhia angolana, tendo como testemunha um dos vice-primeiro ministro da Rússia.

Fonte: Club-k.net

O documento, cujos principais termos, tais como montantes envolvidos e divisão do capital social, devem ser tornados públicos, será assinado por António Carlos Sumbula, pela parte angolana, e por Sergei Ivanov, pela contraparte. Ao que apuramos, a mina deve começar a operar em princípios do próximo ano e vai assegurar dois mil postos de trabalho directos. É o maior projecto económico do país fora do sector petrolífero, sendo que em alguns casos supera inclusivamente projectos petrolíferos.


O passo que será dado esta segunda-feira segue-se a apreciação e aprovação do Memorando sobre este Projecto diamantífero Comissões Económica e da Economia Real do Conselho de Ministros do governo de Angola, sob presidência de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, ocorrido a 10 de Fevereiro de 2015.


O documento então aprovado estabelece o formato empresarial para a outorga da concessão e a realização dos investimentos necessários para a prospecção e exploração do Kimberlito, situado na província da Lunda-sul. Fonte do Palácio Presidencial disse ao Club-K que, à luz da lei, a ENDIAMA será acionista maioritária no empreendimento.


Actualmente está em estruturação a componente administrativa, de modo a que quando iniciarem as operações esteja tudo preparado para trabalhar ininterruptamente durante 30 anos, que é o tempo útil da mina situada a sensivelmente 20 quilómetros de Catoca, que até agora era a “menina dos olhos” da ENDIAMA, ao assegurar cerca de 75% da produção nacional de diamantes.


Uma das maiores minas de diamantes do Mundo, Luaxe, foi descoberta há sensivelmente três anos no âmbito do programa de prospecção de novos Kimberlitos empreendido pela ENDIAMA. Com uma reserva estimada em mais de 350 milhões de quilates, o Projecto devrá assumir-se proximamente como um gigante da economia angolana.


Dados preliminares indicam que o Luaxe produzirá oito milhões de quilates por ano, número que representa praticamente a totalidade da actual produção de Angola que é de 8,2 milhões de quilates. É provável, entretanto, que produza muito mais do que o valor previsto, uma vez que os dados são bastante conservadores, segundo disse a nossa fonte, que acrescenta: “podemos estar em presença do maior kimberlito do Mundo”.


Nessa altura estão praticamente concluídos os trabalhos de prospecção, a que se seguiram pormenorizados estudos de viabilidade técnica, económica e financeira, assim como a mobilização dos necessários recursos financeiros para a montagem final da mina.


O Projecto Luaxe começou com a correspondente investigação em 2012 pela ENDIAMA em parceria com a “gigante” russa. Ambas realizaram um rigoroso estudo científico, com o objectivo de identificar e localizar a origem dos diamantes aluvionares explorados em Angola na última centena de anos. A conclusão a que chegaram é que apenas 10% dos diamantes aluvionares são provenientes de Kimberlitos conhecidos e que os restantes 90% estão ainda por descobrir, em Kimberlitos desconhecidos.


É curioso notar que Luaxe é uma descoberta ocorrida fora do âmbito do PLANAGEO, o programa governamental de mapeamento das potencialidades geológicas do país. Isto quer dizer que após a conclusão do PLANAGEO, as possibilidades de a companhia “abordar” outros projectos mineiros serão ainda maiores.