Luanda - Compatriotas e amigos, comprometo-me por essa via a estar presente amanhã, 3 de Junho, e participar em Luanda, na manifestação nacional convocada pela UNITA, para exigir que a Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE) inicie um novo processo de contratação das empresas que prestarão apoios tecnológicos e logísticos às Eleições Gerais do dia 23 de Agosto do ano em curso.

Fonte: Club-k.net

AS RUAS NOS CHAMAM… E EU ESTOU PRESENTE!

Estive presente durante o encontro entre o presidente da CNE, André da Silva Neto, e alguns representantes dos partidos políticos, a 9 de Maio, onde a oposição forçou a mesma instituição a reconhecer seus erros no concurso público na modalidade de “Contratação Simplificada” de serviços no âmbito do material de votação, solução tecnológica e gestão do Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores (FICM).


No encontro, que teve lugar na sede da CNE, André da Silva Neto prometeu corrigir os erros expostos, que envolvem ilegalidades no procedimento de contratação de duas empresas: a portuguesa SINFIC e a espanhola INDRA, que já haviam participado nas eleições gerais de 2012, e foram acusadas de terem favorecido a fraude eleitoral favorecendo o mpla. Dias depois do encontro, a CNE anunciou a sua persistência nos erros apontados pela oposição.


Continuo céptico quanto a credibilidade do processo eleitoral em curso, que está a ser manietado pelo regime ditatorial angolano, mas participarei na manifestação, dando a minha força, em forma de contributo a luta para que um dia o nosso país realize Eleições Justas, Livres e Transparentes.


Em geral, estou convicto que o mpla vencerá fraudulentamente as eleições deste ano mas sou um acérrimo defensor da crença de que jamais se deve cruzar os braços diante de situações de injustiça. Por tanto, se for para morrer, morrerei lutando.


Entretanto, não criticarei as pessoas ou organizações que optaram em não participar da referida manifestação, pois as razões apresentadas são legítimas.


Alguns dos meus amigos, companheiros de luta e organizações políticas e não só, concordam com os objectivos da manifestação, precisamente na exigência da imposição da legalidade por parte da CNE, o que é do interesse da Nação angolana, mas criticam as “supostas intenções” da UNITA, demostrando as seguintes preocupações:


– O combate contra as ilegalidades por parte da CNE foi até bem recentemente uma luta conjunta entre os partidos UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA, que unidos forçaram a Comissão Eleitoral a reconhecer os erros e prometer a correcção. A UNITA está a ser acusada de tentar fazer aproveitamento político da situação, convocando unilateralmente a manifestação, sem antes concertar com os outros partidos políticos;

É um caso para se recordar do dito popular africano: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”.


– A exigência é legítima e do interesse da Nação, mas num período pré-eleitoral, a UNITA transformou-a em algo partidário, e agora injustamente reclamando do porquê que algumas figuras e organizações recusaram-se a ser levados em arrasto.


– Em consequência da falta de concertação, alguns questionam sobre a inclusividade na agenda da manifestação, especificamente sobre o que se vai fazer durante o protesto, e quais as figuras representantes de diferentes sensibilidades, que serão dados destaque em intervenções públicas.

– Os mais jovens temem que não será uma manifestação, mas sim um comício, repetindo-se o protesto pela defesa da paz, da transparência eleitoral e do respeito a lei que a UNITA protagonizou a 19 de Maio de 2012, onde, conforme as acusações, o evento que pretendia ser apartidário e aberto à angolanos de diferentes sensibilidades políticas e não só, transformou-se em um acto de beneficência eleitoral do partido do Galo Negro.


Diante destas críticas e de elogios de amigos, simpatizantes e militantes da UNITA, confirmo a minha presença.


LEGALIDADE ELEITORAL JÁ!