Luanda - O Governo angolano vai realizar uma conferência nacional sobre a desminagem, entre os dias 22 e 23 deste mês, em Luanda, para discutir o processo de localização, recolha e destruição de minas, além da educação sobre os seus riscos.

Fonte: Lusa

O secretário de Estado do Ministério da Assistência e Reinserção Social, Lúcio do Amaral, anunciou hoje a realização do evento, que será subordinado ao tema "Angola livre de minas, rumo ao desenvolvimento".

 

Segundo o governante angolano, Angola tem trabalhado "arduamente" desde o final da guerra, em 2002, para deixar o país livre das cerca de dez milhões de minas, que se estimavam, estavam implantadas em todo o território angolano.

 

"Em 2002, as pessoas tinham medo de sair de casa, porque pensavam que até os quintais estavam minados, mas fruto dos esforços do executivo e, tendo em atenção as parcerias internacionais, hoje é possível circular por todo o país", referiu, citado pela agência noticiosa angolana, Angop.


As autoridades angolanas esperam reunir no evento mais de 200 delegados de todo o país e convidados internacionais.

 

Há cerca de um ano, o Governo angolano manifestou a pretensão de realizar uma conferência de doadores para o setor de desminagem, quando se prepara para pedir mais oito anos de extensão do prazo para cumprir o artigo 5.º da Convenção de Otava, que levará o país a ser declarado livre de minas.


Em 2002, Angola ratificou a Convenção de Otava, tendo solicitado em 2012 uma moratória de cinco anos para a continuação das suas operações de desminagem e segurança das zonas minadas, pretendendo uma nova extensão entre 2018 e 2025.


O país lusófono necessita de 246 milhões de dólares para concluir o processo de limpeza das zonas minadas até 2025, numa altura em que as doações internacionais caíram 80%, chegando nesta altura as ajudas dos Estados Unidos da América, Suíça, Reino Unido e Japão.


O processo de desminagem em Angola iniciou-se na década de 1990, com a entrada da UNAVEM (Missão das Nações Unidas em Angola) durante o conflito armado no país, tendo continuado com organizações não-governamentais internacionais e operadores nacionais.


O setor da desminagem no país é operado pela Comissão Nacional Intersetorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), o Instituto Nacional de Desminagem, as brigadas de desminagem das Forças Armadas Angolanas, Polícia de Guarda Fronteira e a Casa de Segurança do Presidente da República.