Lisboa -  Instalou-se há cerca de três meses um mau estar no Comitê Provincial do MPLA, em Cabinda, agravado agora com a inclusão de figuras de prestigio local,  como Padre Raul Tati, e o jurista Felix Sumbo, nas listas de candidatos pelas listas da UNITA. Em Luanda, dirigentes do MPLA, já admitem que o partido esteja a observar dificuldades naquela província do enclave embora sem haver ainda plano de resgate. 
 
Fonte: Club-k.net
 
Militantes escrevem ao Presidente da República 
 
Em  duas  ocasiões,  duas distintas  correntes de militantes enviaram cartas (que o Club-K teve acesso) destinadas ao Comitê Central e ao Presidente da República e líder do partido, solicitado a intervenção deste para o resgate da província. Nas cartas os militantes são unanimes em atribuir responsabilidades a governadora e primeira secretaria loca, Aldina Matilde da Lomba.
 
 
“Com o alto sentido de consideração, fazemos menção de uma petição enderença a Sua Excelência em 2012,  na qual salientamos situações de muita turbulência e descontentamento na província na província e que de lá para aqui nada alterou na sua essência. Neste momento em que o pais inteiro volta a viver a ânsia do acto que se realiza no mês de Agosto, a nossa província, dado ao clima que se instalou no seio da sua população devido a prepotência e distanciamento governativos, com maior incidência no mandato actual (Aldina Barros da Lomba Catembo), criou-se em certo desinteresse  no seio da população, facto que tem estado a desmotivar  tantos militantes do partido, assim como muitos daqueles que pensam que o futuro de Angola pertence a juventude e esta tem muito que  agradecer a Sua excelência, por tudo que fez e tem estado a fazer por ela e não só, para a sua emancipação e sua formação”, lê-se na carta enviada ao PR, e data de 20 de Março do corrente ano.
 
 
A referida carta   subscrita por cerca de 200 elementos, os seus autores, num tom  de desespero, sugerem ao PR, a mediação do Secretario Itinerante,  Bento dos Santos para se deslocar “in loco”, e confrontar-se com a realidade  interna do partido na província. 
 
 
 “Nós a juventude da província, associando todos aqueles que em nossa volta convivem, viemos solicitar que no quadro das personalidades que eventualmente possam merecer a intenção de escolha de sua Excelência, seja também ortografado o nome do actual membro do Comitê Central do partido, general na reserva e empresário da juventude , o Sr Bento dos Santos “Kangamba”, sublinha os subscritores.
 
 
Numa outra carta, datada de 8 de Maio,   enviada ao Comitê Central do MPLA, e com o assunto “resgate da imagem do nosso glorioso partido na província de Cabinda”, os militantes admitem que o partido esteja a enfrentar dificuldades de mobilização e sugerem a criação de um grupo coeso de trabalho com as organizações da linha da AMANGOLA e Movimento Espontâneo e Igrejas.
 
 
Segundo a carta “o objetivo desta, é de reverter a situação actual junto da massa militante e eleitoral face aos desafios que se avizinham tendo em conta o horizonte temporal para o pleito eleitoral”.
 
 
Os subscritores vão ao ponto  sugerir  a mudança de cabeça de lista para um outro militante local,  André Antônio Mingas descrito como gozando de uma vasta aceitação diante das massas, a fim de contrapor as duas figuras emblemáticas indicadas pelas listas da UNITA.
 
 
“Tornou-se conhecimento que o partido UNITA escolheu como seu cabeça de lista o Sr Padre Tati que será   alimentado   em termos de militantes pelo seu colega Padre Congo”, alertam os militantes admitindo que “esses dois senhores são em certa medida detentores da massa feminina na província”.
 
 
Em reação a esta onda  de contestação e desespero dos militantes do MPLA, a Primeira Secretaria Provincial, Aldina Matilde Barros da Lomba Katembo, convocou uma reunião que  se realizou no dia 17 de Maio passado, em que surgiram acusações de conspiração interna. O militante   André Antônio Mingas foi alvo dos ataques da governante. 
 
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