Luanda - Quinhentos casos de abusos sexuais contra crianças foram registados, no país, no primeiro semestre do ano em curso, informou hoje, terça-feira, em Luanda, a directora do Instituto Nacional da Criança (INAC), Nilsa Batalha.

Fonte: Angop

A responsável fez este pronunciamento à imprensa no quadro do Fórum de Reflexão sobre Abuso Sexual contra a criança, promovido em parceira com o Ministério do Interior, no âmbito das actividades comemorativas do mês da criança, que decorre de 01 a 16 de Junho, dias Internacional da Criança e da Criança Africana, respectivamente.

 

Segundo a responsável, durante o primeiro semestre deste ano, o INAC registou cerca de 500 casos de abusos sexuais a menores, um número que corresponde 50% do número verificado no mesmo período do ano anterior (2016), em que foram reportados cerca de mil casos.

 

“Este ano temos cerca de 500 menoresa vítimas de abuso sexual, mas é preciso analisar a questão de forma mais ampla. A questão da violência sexual onde inclui o abuso sexual, pois sabemos que existem inúmeras crianças que estão a ser utilizadas e instrumentalizadas e que não temos denúncias. Há também aqueles casos de crianças que nos mercados têm acesso a vídeos pornográficos e outras que são utilizadas como veículos para a prostituição”, argumentou.

 

O INAC entende que o crime, por vezes, corre mais depressa que as autoridades, daí o INAC compreende que o conhecimento é “poder” e conta com os seus parceiros sociais para acautelar qualquer tipo de violência contra a criança.

 

“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros fundamentalmente com as redes de protecção social e de protecção da criança, órgãos que existem em todos os municípios, a nível das comunidades e estes têm a responsabilidade de passar a informação aos pais, instruir os mesmos sobre os sinais que os agressores normalmente emitem antes de cometerem esses crimes e também dos cuidados que os progenitores, as famílias e as comunidades devem ter na protecção das suas crianças”, frisou.

 

O INAC entende que, não obstante a redução do número de abusos sexuais, atendendo que caso de violência belisca sempre a ordem social, o instituto se juntasse à Polícia Nacional no compromisso de proteger a criança.

 

A referida formação, dirigida aos efectivos da Polícia Nacional, visou aumentar os conhecimentos dos efectivos sobre crimes contra a criança, numa promoção conjunta Minint e INAC.

 

Durante encontro, o INAC manifestou preocupação com a forma como as crianças são abusadas, como por exemplo no trabalho infantil, no trabalho doméstico, da forma como as crianças são transportadas dos lares para outras províncias ou outras latitudes, para nada mais nada menos fazerem o papel de escravas.

 

Neste encontro, ficou acentuado que das violências mais frequentes às crianças figuram o trabalho infantil, violência sexual torturas físicas e psicológicas no seio da família.