Luanda – Quando a Universidade se transforma em FAZENDA: Todo o grito de socorro parece cobardia; Todas as pinturas reluzentes parecem sepulcro caiado; Todos os programas curriculares se convertem em papéis amontoados;
Fonte: Club-k.net
Todos os docentes bem formados parecem guitarristas;
Todas as salas de professores se confundem com salas de embarque em que cada um vai olhando para a tela a espera da hora do seu voo;
Todos os discentes se confundem com pedintes que, de mão aberta, esperam por quem lhes ofereça uma positiva de dez valores;
Onde os guardas e os contínuos parecem gêmeos a espera do melhor momento para aplicarem uma dose de amargura ao "boss";
Onde o expatriado dita as regras de casa, mostrando o "know how" e fazendo-se passar por herdeiro;
Onde os parques de estacionamento com placas fixas no chão se parecem com o cemitério do Alto das Cruzes;
Onde o músico com as suas pautas se faz passar por pedagogo;
O Fazendeiro apresenta-se como senhor doutor, fazendo passar as suas ideias ditatoriais como se de único ser pensante se tratasse;
Onde o sr. Engenheiro se apresenta como doutor e se veste como o homem das leis;
Onde as Associações de estudantes ficaram desassociadas e se transformaram em espaços para recados destruindo o pão do Zé Coitado, confundindo os sorrisos tocando piano com os dentes;
Assim não dá meus senhores! Sejamos sérios! Deixemos de imitar o Ensino Superior que finge que tudo está bem; faz de conta estão a trabalhar. E os outros fazem de conta estão a cumprir com as ordens.
Dinheiro não faz mal a ninguém. Mas vamos obtê-lo com suor e dignidade. Mesmo se a Universidade se confunde com a (o) FAZENDA, precisa também de engenheiros sérios, humildes e honestos. As pessoas têm de deixar de ser corriqueiras, filhas da Silva e se chamarem Erickeiras, filhas da mesma Silva.