Luanda - O Ministério das Relações Exteriores condenou, ontem, o uso da violência para resolução de problema político na Guiné-Bissau. O Ministério das Relações Exteriores,em nota citada pela Angop, refere que as autoridades angolanas seguem com atenção e preocupação os acontecimentos ocorridos a 4 de Junho do corrente ano na Guiné-Bissau, que culminaram com as mortes de Baciro Dabó, candidato às eleições presidenciais, e Hélder Proença, antigo ministro da Defesa.

O Ministério das Relações Exteriores manifestou a esperança de que as instituições político-administrativas e o povo da Guiné-Bissau saibam ultrapassar mais este grande incidente e prossigam na senda do reforço das instituições democráticas do país, bem como das reformas nos sectores de defesa e segurança.

O Ministério das Relações Exteriores, diz a nota, espera que seja dado prosseguimento à implementação das decisões da Mesa Redonda de 20 de Abril do corrente ano, realizada em Cabo-Verde, por iniciativa da Comunidade de Língua Oficial Portuguesa, da Comunidade dos Países da África Ocidental , da representação das Nações Unidas para a Guiné-Bissau e dos governos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

Reitera, igualmente, a esperança que as autoridades e o povo da Guiné-Bissau prossigam, dentro dos dispositivos constitucionais vigentes no país, os preparativos para a realização das eleições presidenciais, inicialmente aprazadas para 28 de Junho.

O Governo manifesta, também, a expectativa de ver garantida a continuidade das acções atinentes aos processos de inquérito, com a participação da comunidade internacional com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram as mortes do Presidente João Bernardo Vieira e do general Tagme Na Waié, bem como a detenção dos seus responsáveis a fim de responderem perante a justiça.

No documento as autoridades angolanas expressam a esperança que os acontecimentos de 4 de Junho venham a ser cabalmente esclarecidos para que a estabilidade política e social da Guiné-Bissau seja restabelecida e se ponha cobro, definitivamente, à espiral de violência que tem vindo a tornar-se perigosamente recorrente no país.

O Governo angolano reconhece que a situação na Guiné -Bissau é difícil, mas apela à serenidade, à contenção, ao espírito de diálogo e de tolerância das autoridades e do povo guineenses, factores imprescindíveis para se alcançar a paz, estabilidade e o retorno à normalidade constitucional e democrática no país.

Fonte: Jornal de Angola