Luanda - Os funcionários do Tribunal Supremo de Angola decidem esta semana se avançam para uma segunda fase da greve, após a primeira paralisação, tendo a direção daquele órgão de criado uma comissão negocial para tentar contornar a situação.

Fonte: Lusa

A informação foi avançada hoje à Lusa pela delegada de greve Miriam da Glória Alexandre, afirmando que a reposição dos direitos de saúde e alimentação continua a opor funcionários e comissão negocial, que pretende apenas repor um desses direitos.

 

"Então ou mantém-se a alimentação e a saúde ou retomamos para a segunda fase da greve no dia 17 de julho. Está tudo ainda em aberto até nos sentarmos novamente com a comissão negocial. Dessa forma, o coletivo decidiu manter ou as duas coisas [reivindicações] ou nada", disse.

 

Na declaração de greve remetida à direção do Tribunal Supremo, os funcionários reiteravam que a paralisação geral dos trabalhados iria decorrer de forma intercalar, de 03 a 07 de julho e de 17 a 21 de julho, dependendo do resultado das negociações.


Já no quadro das negociações, segundo Miriam da Glória Alexandre, a comissão negocial garantiu a efetivação da resolução n.º 1/16 de 01 de junho, que equipara o salário do Supremo aos Tribunais Superiores do país, até ao primeiro trimestre de 2018.

 

"Porque há uma negociação a decorrer entre o Tribunal e o Ministério das Finanças para ver se ainda se efetiva a resolução no próximo ano", explicou.

 

Uma vez que a implementação da resolução acontece apenas no próximo ano, acrescentou que os funcionários do Supremo "não abrem mão" de direitos como acesso à saúde e alimentação, "que retiraram sem alguma explicação" e "sem que no orçamento do Tribunal Supremo houvesse qualquer redução".

 

"O que eles responderam é que só poderão ceder a uma das coisas até ao momento e nós devíamos optar pelo cartão de saúde ou a alimentação", adiantou, reafirmando que os trabalhadores rejeitam esta proposta.

 

Progressão nas carreiras e formação são outros pontos que constam no caderno reivindicativo remetido à direção do Tribunal Supremo de Angola.

 

Antes mesmo do arranque da primeira fase da greve, os funcionários denunciaram à Lusa alegadas "intimidações e pressões políticas", tendo então apelado à intervenção do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na resolução do diferendo.

 

Além desta paralisação, decorre desde segunda-feira uma greve dos funcionários da Procuradoria-Geral da República, que deverá prolongar-se por 15 dias.