Luanda  - A família de Bruno Aguinaldo Baião Samuel, de 18 anos, não tem dúvidas de que o jovem morreu por causa de um erro médico, cometido com um alegado diagnóstico errado de tuberculose no Hospital Sanatório de Luanda, e agora pede que seja feita justiça.

Fonte: NJ

De acordo com Agostinho Gayeta, tio da vítima, os especialistas do Hospital Sanatório de Luanda (HSL), "ficaram quase dois anos a dar fármacos para combater uma tuberculose inexistente, falsamente detectada pelos técnicos do Hospital Sanatório".


"O meu sobrinho estava a ser medicado para a tuberculose há dois anos. Durante este tempo não estava a surtir efeito, porque na realidade ele não tinha esta doença", relatou, acrescentando que a vítima foi transferida para o Hospital Américo Boa Vida quando o seu estado de saúde se agravou consideravelmente.


Segundo Agostinho Gayeta, só há um mês, depois de vários questionamentos sobre a doença que o apoquentava de forma insistente, foram feitos novos exames, "e nestes concluiu-se por um novo resultado, que o Bruno tinha o coração maior que a caixa".


No Hospital Américo Boa Vida, os médicos fizeram os possíveis durante três semanas até lhe concederem alta médica, "para a alegria da família", relata ainda o tio o jovem falecido.


"Uma semana depois, o meu sobrinho volta outra vez ao hospital, mas desta vez, já sem vida. O Bruno foi vítima de um derrame cardíaco que durante muito tempo foi confundido com uma tuberculose", concluiu.


A Directora em exercício dos Serviços de cardiologia do hospital Américo Boavida, Filipa Franco, explicou ao Novo Jornal Online que o Bruno deu entrada no hospital em estado crítico.


"O jovem era doente cardíaco e após duas semanas internado, ele saiu daqui bem, mas inspirava muitos cuidados devido ao problema cardíaco de que padecia", disse.


A médica sublinhou ainda que o Bruno não tinha muito tempo de vida porque tinha que ser submetido a um transplante do coração.


"Para o jovem gozar de boa saúde, tinha de passar por um transplante do coração, coisa que ainda não existe no nosso país", conclui.


Perante este episódio, o Novo Jornal Online contactou o Director Clinico do Hospital Sanatório de Luanda (HSL), João Chiwana, que alegou que não pode falar sem ver o resultado da autópsia médica.


"Não tenho nada a dizer sobre este caso. Só posso pronunciar-me quando o Hospital Américo Boa Vida me mostrar o resultado da autópsia, caso contrário não existe nada a declarar", acrescentou.