Luanda - O preço para comprar uma nota de dólar norte-americano nas ruas de Luanda aumentou ligeiramente na última semana, chegando aos 390 kwanzas (dois euros), conforme rondas feitas pela Lusa no mercado informal da capital angolana.

Fonte: Lusa

A cotação de rua permanece assim mais do dobro acima da taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que está desde o primeiro trimestre de 2016 nos 166 kwanzas (86 cêntimos de euro).

 

O último pico na cotação de rua, ilegal mas também indicativa para vários setores de atividade, registou-se em junho, quando cada dólar chegou aos 400 kwanzas (2,10 euros), tendo descido nas semanas seguintes.

 

Hoje foi possível encontrar em Luanda cada dólar a ser vendido entre os 370 e os 390 kwanzas (1,95 a 2,05 euros) em bairros de referência da capital, como Mártires de Kifangondo, Mutamba, São Paulo ou Maculusso, ligeiramente acima da semana anterior.


Estes valores na cotação informal contrastam com o pico deste ano, de 500 kwanzas (2,70 euros) por cada dólar, registado nos primeiros dias de janeiro.

 

Atualmente, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeira, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeiros, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola.

 

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.

 

A atividade das 'kinguilas' foi condenada em abril pelo governador do BNA, que advogou o seu fim.

 

"Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro", justificou Valter Filipe.