Luanda - A filha do primeiro Presidente de Angola, Irene Neto, volta a criticar a liderança do MPLA no arranque da campanha eleitoral e, embora diga não assumir como líder de uma tendência renovadora e contestatária e interna do MPLA, denuncia o saque do erário público.

Fonte: VOA

Em conversa com a VOA, a deputada diz que a sua geração atingiu um patamar que permite aceitar ou não as opiniões de pessoas que fazem parte do sistema.

O candidato do MPLA à Presidência da República, João Lourenço, denotou um visível embaraço protagonizado pela filha de Agostinho Neto, que exigiru a atribuição do nome do primeiro Presidente angolano ao aeroporto em construção por, alegadamente, estar a ser erguido na sua terra natal, Catete , a pouco menos de 60 quilómetros de Luanda.

 

No fim de semana, João Lourenço deslocou-se à aldeia de Caxicana, em Catete, para homenagear a figura do primeiro Presidente de Angola um dia antes do início da campanha eleitoral.

 

Irene Neto exigiu também a reedição de toda a obra literária e os discursos políticos do pai, bem como a sua tradução nas línguas nacionais e algumas estrageiras.

 

A deputada do MPLA pediu também a criação de outras faculdades na Universidade Agostinho Neto e a dignificação do Fundação que leva o seu nome.

Críticas

Depois de ter recusado integrar a lista dos candidatos do MPLA à próxima Assembleia Nacional, Irene Neto foi a única dirigente do MPLA a contestar publicamente a atribuição do título de presidente Emérito ao actual Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

 

Em declarações à imprensa angolana, Irene Neto denunciou que o saque do erário público em Angola começou logo após a morte do seu pai e sugeriu que a actual Constituição deve ser mudada.

 

Em conversa com a VOA, Irene Neto reitera as exigências que fez em Catete e a postura que tem assumido nos últimos tempos, embora não se afirme como líder de uma tendência renovadora e contestatária interna do MPLA visando a mudança de pensamento e de actuação.

 

Neto entende que a geração a que pertence já atingiu um patamar que permite “aceitar ou não as opiniões de pessoas que fazem parte do sistema”.