Luanda - Se o Recredit tem como função segundo o ministro “Coadjuvar a banca nacional no domínio do crédito concedido, libertando-a de processos paralisados, os quais a limitam numa das suas principais missões, a de conceder credito à economia”. Então o país está simplesmente em queda livre, está narrativa é manifestamente inadequada, e criará a longo prazo um modelo económico insustentável, irresponsável e doloso, fortemente assente na promiscuidade do interesse das elites e do desajuste social, pois o Recredit deste modo, é gritar aos quatros ventos aos mutuários da banca nacional “olha amigos não precisam de pagar que o estado paga” é sorte de quem frequenta um casino.

Fonte: Club-k.net

Como posição de principio o Recredit, cria na banca nacional um incentivo perverso, pois os tomadores dos créditos ou mutuários (aqueles que foram buscar os empréstimos) ficam livres ou sem a obrigação moral de ter de repor quer o capital tomado a partida (o dinheiro emprestado) quer os juros cumulativos, referente a aplicação do capital.


Por miúdos, os devedores individuais ou colectivos deixarão de envidar esforços para pagar as dividas porque o estado a dado momento fará a cobertura no caso de inadimplência (no caso de incumprimento ou descaminho dos dinheiro, o estado assumira a posição do devedor), o que por si só cria na própria banca um incentivo a gestão dolosa, a falta de escrutínio, que mais uma vez se assentará numa lógica de drenagem quase que liquida dos cofres do estado, pois as já deficitárias praticas internas de avaliação e recuperação de crédito, passam a foro meramente decorativo.


Antes de activar-se putativo mecanismo exige-se observando o dever de prestação de informação, fazendo já juízos de intenção, público e notório, precisa-se perceber qual é o “Plano estratégico de recuperação deste crédito malparado”, o que é que está a ser feito para se reaver o capital? O que é que foi feito?, Quem são os mutuários ? Quais as garantias obtidas pelo banco? Como foi o processo de concessão destes créditos? Qual o “modus agendi” que será utilizado para reaver só o capital tomado (dinheiro emprestado sem os juros passivos)? Finalidade da utilização do crédito, com foco nos respectivos beneficiários económicos ?


A narrativa utilizada para justificar a existência do Recredit, tange a um caso escandaloso de desinteresse relativamente a gestão da coisa publica, é uma solução que não se compagina com a débil situação macroeconômica que vive o país, e a sua intenção falaciosa de recuperação via diversificação económica, está solução expõe em máximos exponenciais as deficiências do sistema financeiro, desde os controladores, o banco central, os auditores, os processos de seleção de crédito, avaliação de risco e concessão de créditos, aos mecanismos de supervisão desajustadíssimos e paupérrimos, que culminam numa tal ausência de dolo, falta de transparência e investimentos duvidosos, que justificam a acumulação bruta de capitais, como o dar pérolas aos porcos, literalmente. Porque provado está que por mais capital (dinheiro) que for entregue a certos indivíduos nunca os mesmos criarão valor, logo está crise tem um pendor estrutural e precisamos começar a acreditar que os nossos lideres não têm conseguido compreender esta crise intelectualmente, logo não a como à conseguirem gerir.