Luanda - O Ministério da Energia e Águas angolano vai gastar 95 milhões de euros na aquisição e revisão de turbinas em quatro centrais térmicas do país, conforme decisão governamental a que a Lusa teve hoje acesso.

Fonte: Lusa

Em causa estão quatro autorizações do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, à contratação da empresa angolana AEnergia, associada da norte-americana General Electric, decisões datadas deste mês, na forma de despacho presidencial.

 

O primeiro contrato envolve serviços de fornecimento e assistência técnica para a realização de revisões em duas turbinas Siemens instaladas sobre barcaças na central térmica da Boavista, na província de Luanda, por 32,8 milhões de dólares (28,1 milhões de euros).

 

Um outro contrato envolve a mesma empresa e o fornecimento e assistência técnica para três turbinas da central térmica de Malembo, no enclave de Cabinda, num negócio de mais de 61,1 milhões de dólares (52,4 milhões de euros).


Avança igualmente o fornecimento e assistência técnica para a revisão capital, incluindo a entrega de uma turbina recondicionada, da central térmica de Viana, na província de Luanda, a recolocar na cidade do Lubango, sul do país, sendo este um contrato de 11,5 milhões de dólares (9,8 milhões de euros).

 

É aprovado ainda o fornecimento e assistência técnica, pela AEnergia, das revisões dos geradores instalados na central térmica do aeroporto da província do Namibe, neste caso por 4,8 milhões de dólares (4,1 milhões de euros).

 

O chefe de Estado angolano garantiu em outubro passado que o país vai contar com mais quase 3.600 MegaWatts (MW) de eletricidade a partir deste ano, tendo em conta os projetos estruturantes de investimento público aprovados durante o atual mandato.

 

José Eduardo dos Santos discursava então na Assembleia Nacional, em Luanda, sobre o Estado da Nação, durante a sessão solene de abertura da quinta sessão legislativa da III legislatura, a última antes das eleições gerais de 23 de agosto de 2017, tendo enfatizado o "bom ritmo" na conclusão de três projetos de produção elétrica.

 

É o caso da conclusão da segunda fase da barragem de Cambambe, cujo alteamento entretanto concluído já garante uma potência adicional de 780 MW, face aos anteriores 180 MW, da construção da nova barragem de Laúca, também no rio Kwanza, em fase final de conclusão da primeira fase, com uma potência de 2.067 MW, bem como a construção da Central do Ciclo Combinado do Soyo, utilizando gás natural para gerar uma potência de 750 MW, também em fase de testes.

 

"Este impressionante aumento da potência elétrica é associado ao esforço gigantesco que está a ser feito para aumentar a produção de água potável e do sistema de Telecomunicações e dos Transportes, para apoiar o desenvolvimento da produção e melhorar o acesso das famílias a esses bens, garantindo a transformação da estrutura económica nacional", enfatizou José Eduardo dos Santos.

 

Com um forte défice de produção de eletricidade face às necessidades, o que leva a constantes constrangimentos no fornecimento, Angola enfrenta ainda a inexistência de redes para abastecer as zonas mais rurais e grande parte das cidades são abastecidas geradores a gasóleo ou gasolina.