Luanda - A UNITA, maior partido da oposição angolana, denunciou hoje o homicídio de um militante e o ferimento de seis outros, ocorridos na província do Huambo, numa ação alegadamente realizada por militantes do MPLA, força política no poder.

Fonte: Lusa

Em declarações à agência Lusa, o secretário provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) no Huambo, Liberty Chiaka, contou que uma delegação do secretariado comunal do partido no Cuima, município da Caala, deslocou-se ao setor de Candongue, para realizar uma atividade política no âmbito da campanha para as eleições gerais de 23 de agosto.

 

Segundo o dirigente da UNITA no Huambo, passados dez minutos após a chegada ao terreno, a caravana foi surpreendida por um suposto grupo de militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), armados de paus, catanas e pedras.

 

"Atacaram os membros da nossa delegação e dessa ação resultaram sete feridos, dos quais três estado grave, e um deles, esta manhã, por volta da 8:45, acabou por falecer", disse.


Liberty Chiaka salientou que a vítima, de 45 anos, era o secretário adjunto para a organização da UNITA na comuna do Cuima.

 

O político referiu que o incidente foi registado pela polícia, que se encontra a investigar as suas causas.

 

"Depois de ter sido liberado pelo hospital, declarada a morte, a polícia recolheu o corpo para fazer uma autópsia e oficialmente estão a investigar para apurar a ocorrência e talvez depois responsabilizar criminalmente. Mas nós não acreditamos nisso", afirmou.

 

Contactado pela Lusa, o segundo comandante da Polícia no Huambo para a Ordem Pública, subcomissário Assis Neto, confirmou a ocorrência, tendo adiantado que as autoridades policiais estão a "trabalhar no caso".

 

"Não podemos aferir de antemão de que teriam sido desavenças entre militantes de um lado e de outro. De todo o modo, o que estamos a ver é a dimensão do crime em si. Está-se a trabalhar e aguardemos que nos próximos momentos possamos sair a público para podermos falar em concreto o que de facto terá ocorrido", afirmou.

 

O segundo comandante da Polícia do Huambo para a Ordem Pública realçou que este é o primeiro caso registado nessa fase de campanha eleitoral, igualmente confirmado por Liberty Chiaka.

 

"Mas isso não tem nada a ver com a campanha, acredito que são familiares que entraram em conflito, se calhar, mas vamos trabalhar em concreto naquilo que é a verdade dos factos para depois podermos informar o que terá sucedido".

 

No dia 23 de agosto deste ano, Angola vai realizar eleições, às quais concorrerem seis formações políticas - MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN - e conta com 9.317.294 de eleitores.