Luanda - O cabeça-de-lista da Aliança Patriótica Nacional (APN) às eleições gerais angolanas de 23 de agosto prometeu hoje reduzir para 8% o número de trabalhadores expatriados no país, para criar um milhão de empregos para angolanos.

Fonte: Lusa

"Vamos reduzir o emprego para os estrangeiros, por exemplo, são cerca de 350.000 empregos para os chineses só na área de construção e não nos conformamos que existam angolanos capazes e que estão no desemprego", afirmou Quintino Moreira, questionado pela Lusa, depois de ter dedicado os últimos dias à campanha eleitoral no sul do país.

O também presidente do mais novo partido angolano afirmou ainda que a construção de autoestradas pelo interior de Angola e a edificação de capitais económica, política e turística vão igualmente representar milhares de postos de trabalho para os angolanos, no âmbito da meta de criar um milhão de empregos nos próximos cinco anos.

"Poderá haver estrangeiros a trabalhar na área da construção, mas não acima de 8%. Vamos dar emprego, sobretudo à juventude, nas capitais que a APN pretende construir, ainda na construção das autoestradas", sustentou.


Quintino Moreira, que como cabeça-de-lista pelo círculo nacional concorre ao cargo de Presidente da República, promete reduzir as assimetrias regionais, começando por "desluandizar" o país, antes transformando Luanda numa capital económica e as províncias do Bié e Namibe em capitais política e turística, respetivamente.

"Ou seja, vamos fazer com que as outras províncias do país tenham os mesmos direitos e deveres em relação ao que está preceituado na constituição e na lei, por isso preceituamos que Luanda deixa de ser a capital política", explicou.

Quintino Moreira promete ainda a construção de autoestradas para ligarem não só as novas capitais que pretende criar, mas igualmente para ligar a zona leste e centro do país as áreas fronteiriças de Angola.

"Uma autoestrada na zona fronteiriça entre [província do] Cuando Cubango e a Zâmbia e ainda uma outra que passará do [província] Namibe para a Namíbia. Aliás, por isso esperamos ter esta província como a capital turística do país e quiçá de África", apontou.

Ao logo da autoestrada, acrescentou, serão construídas pequenas cidades, sobretudo em zonas mais recônditas que serão chamadas de "paraíso" para que "nessas aldeias possam também desfrutar o prazer da vida e mitigar a situação de pobreza das populações".

Depois de levar a sua mensagem política às províncias do Uíje, Cuando-Cubango, Bié, Huambo e Cuanza Sul, a APN vai esta semana centrar as suas ações na capital, com contactos diretos com os eleitores nos mercados e bairros.

Segundo o seu presidente, a Aliança Patriótica Nacional continua a ganhar novos membros e as mensagens que têm sido passadas aos eleitores pelo país centram-se na necessidade da mudança de liderança do país.

"Angola e os angolanos, 42 anos depois da independência, precisam hoje de uma mudança. O povo já tem uma certa maturidade e devemos trabalhar para que desta vez a alternância ao poder seja um facto", realçou.

Questionado como poderá alcançar as metas constantes do seu programa de governação, o candidato da APN sustentou que "é preciso pensar grande e não curto", porque em 42 anos "não existem em Angola frutos evidentes de desenvolvimento".

Para Quintino Moreira, a crise que Angola vive não deverá afetar os projetos do partido, afirmando que as grandes obras que almeja realizar estarão a cargo de construtoras internacionais.

"Quanto ao dinheiro, tão logo obtermos a conta única do Estado angolano vamos poder realizar receitas e despesas para dar cumprimento ao nosso projeto e vamos ainda abrir concurso internacional para empresas idóneas na feitura dessas autoestradas", rematou.