Luanda - O líder e cabeça-de-lista da coligação CASA-CE às eleições gerais angolanas, Abel Chivukuvuku, afirmou hoje que quem ainda fala de guerra em Angola não tem programa e não percebe que os eleitores "já estão noutra onda".

Fonte: Lusa

Em entrevista à agência Lusa, em Luanda, quando se realiza, a meio da campanha eleitoral para as eleições de 23 de agosto, o que diz ser a sua terceira volta a Angola, o candidato à eleição, indireta, para Presidente da República criticou o regresso do discurso da guerra 1975-2002), esta semana.

 

"Esses estão atrasados. Não perceberam que os cidadãos já estão noutra onda, os cidadãos estão noutro quadro. Quem não tem mensagem, quem não tem argumento, fala do passado. Quem tem mensagem, quem tem argumento e programa ou visão para Angola, projeta o futuro", afirmou Abel Chivukuvuku.

 

O cabeça-de-lista da Convergência Ampla de Salvação Nacional - Coligação Eleitoral (CASA-CE), terceira força mais votada em 2012, quando se estreou em eleições, falava em Luanda, após passagem, em campanha, pelo sul de Angola.


Num comício realizado terça-feira, na província do Bié, uma das mais afetadas pelos quase 30 anos de conflito militar, o cabeça-de-lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) às eleições gerais, João Lourenço, sem citar nomes e deixando a identificação para os militantes, recordou que o país já teve num passado recente um potencial de indústrias, destruídas pela guerra.

 

"Vamos repor as indústrias, não só para que voltemos a produzir os bens industriais, mas sobretudo para resolvermos um problema, que é o emprego. Aqueles que destruíram a indústria e, consequentemente, destruíram os postos de trabalho que a indústria oferecia são os mesmos que hoje vêm dizer que a juventude não tem emprego", acusou, afirmando que "os que destruíram os postos de trabalho vão ser penalizados e duramente penalizados" através do voto.

 

"Nós falamos do futuro, outros falam do passado", afirmou Abel Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA, com Jonas Savimbi.

 

O agora cabeça-de-lista da coligação CASA-CE tem sido recebido por banhos de multidão nas ações de campanha eleitoral que realizou, nos últimos dias, no sul de Angola, mostrando-se por isso animado para as eleições.

 

"A CASA-CE foi o fenómeno político de 2012 e neste momento é incontestavelmente a alternância e a mudança vai ocorrer", afirmou o candidato, aludindo aos 42 anos de poder do MPLA.

 

"Eu, nos últimos cinco anos, circulei o país todo. Neste momento estou a fazer a minha terceira volta ao país, município a município, cidadão a cidadão, a conversar com toda a gente. E não tenho dúvidas que os angolanos estão com ansiedade pela mudança, precisamos é de transmitir a mensagem de confiança, serenidade, tranquilidade, para que as eleições sejam uma festa, mas a responsabilidade seja a mudança", afirmou.

 

Nos próximos dias, Abel Chivukuvuku vai passar pelas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Cuanza Norte e Bié, prometendo aos eleitores uma liderança com todos.

 

"O fundamental é constituirmos um governo inclusivo. Angola viveu 42 anos de um só partido a governar, todos os ministros são do MPLA, todos os governadores são do MPLA, todos os administradores municipais são do MPLA, todos os administradores são do MPLA. Isso tem que acabar", enfatizou.

 

Chivukuvuku tenta seduzir os eleitores com que diz ser uma "visão diferente" para a governação de Angola, apenas com base em critérios de "patriotismo, competência e honestidade".

 

"Os que vão governar são os cidadãos, não são os militantes da CASA. Temos de mudar o paradigma da governação, não é partidarismo, mas sim cidadania. E depois disso pôr a pessoa no centro da governação", apontou.

 

"Com eleições livres, justas e transparentes não tenho dúvidas absolutamente nenhumas de que a CASA vai ser Governo", concluiu Abel Chivukuvuku.

 

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes - MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN - contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar.

 

A campanha eleitoral em Angola decorre até 21 de agosto.

 

Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-Presidente.