Luanda - O cabeça-de-lista da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) às eleições gerais de 23 de agosto, Lucas Ngonda, admitiu hoje que o partido está com dificuldades em movimentar a verba atribuída pelo governo para a campanha eleitoral.

Fonte: Lusa

"Para que serve este dinheiro que eles deram se os bancos não querem desbloquear? São dificuldades de vária ordem entre transferências e levantamentos e estamos aqui com muitos problemas para pagarmos aos nossos credores e fornecedores", afirmou hoje o dirigente político, em declarações à Lusa.

 

Lucas Ngonda, líder do partido e candidato à eleição indireta para Presidente da República, informou ainda que pretendia deslocar-se hoje mesmo para ações de campanha no interior do país, mas a viagem teve de ser adiada por constrangimentos financeiros.

 

"Os bancos não estão a disponibilizar os meios necessários para que as coisas sejam céleres" e "estamos à espera de algumas respostas", disse.


Ainda assim, a delegação do partido parte quarta-feira para a província angolana de Malanje e depois seguirá para o Uíje e Cuanza Norte, no quadro da campanha eleitoral, informou Lucas Ngonda, acusando o Banco de Poupança e Crédito (BPC) pelas dificuldades na movimentação da verba.

 

"O BPC diz que não tem sistema, não tem dinheiro disponível, se queremos levantar um milhão de kwanzas (5 mil euros) eles dizem que deve ser apenas 500 mil (2.500 euros), mas depois transferem apenas 250.000 kwanzas (1.250 euros) e está muito complicado", lamentou.

 

O líder da FNLA considerou igualmente que "os problemas" no banco comercial de capitais públicos "agudizaram-se sobretudo neste período de campanha eleitoral" defendendo que mesmo em condições normais o BPC "deveria já fechar as portas".

 

"Temos que andar pelo interior do país e estamos a apelar ao bom senso dos nossos fornecedores e prestadores de serviços, no sentido de que a situação seja alterada logo que o BPC desbloqueie as verbas cabimentadas.

 

A FNLA já levou a sua mensagem às províncias do Bié, Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Benguela, que passa pela "restruturação de Angola e implementação de uma verdadeira democracia", acrescentou.

 

"Porque as coisas não podem continuar como se ainda estivéssemos no sistema do partido único, ou fizemos a democracia de facto ou não fizemos, então temos que mudar a sociedade angolana", sustentou.

 

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes - MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN - contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar.

 

A campanha eleitoral decorre até 21 de agosto em todas as províncias do país.