Luanda - Em conversa com alguns conhecidos, tenho dito que cada um no seu gueto deve ser responsável e saber cumprir com as suas OBRIGAÇÕES embora tenhamos DIREITOS E DEVERES constante na nossa Carta Magna. Neste momento de eleições, a responsabilidade do cidadão é maior, na escolha dos futuros governantes para amanhã não acusarmos o governo de nada fazerem à benéficio do cidadão. Mas esquecemo-nos de que, quem escolheu estes governantes para nos governar e representar somos nós.

Fonte: Club-k.net

Os governantes são indicados, tomamos conhecimento dos programas de governo de cada Partido concorrente, aplaudimos e depositamos o nosso voto para um deles. A sociedade deve ter consciência de matar o mal pela raiz e não se acomodar querendo responsabilizar simplesmente o governo. É preciso que dentro de cada um nasça a convicção de que é justo e possivel participar no desenvolvimento do País, porque a participação politica é um dever moral de todos os individuos e uma necessidade fundamental da natureza humana. Muitos cidadãos se recusam a exercer seus direitos de reclamar e de participar nas decisões que possam resolver os problemas da maioria porque encontram-se dominados pelo síndrome do medo e porque também se encontram marginalizados e dominados pelo sistema implantado.

 

Mais uma vez estamos em presença de desconfianças, produzidas pela desorgaização das instituições que estavam na responsabilidade da actualização e registo eleitoral. Muitos cidadãos encontram-se deslocados das suas áreas de votação, dando por certo que não exercerão os seus direitos de votar porque não terão possibilidades de deslocarem-se até as Assembleias de votos. Tendo como exemplo, alguns cidadãos que moram no Múnicipio do Cazenga, terão de ir votar nos Ramiros, outros em diferentes Provícias. Sabemos disso, porque na busca das Assembleias de onde iremos votar, deu-se conta que muitos estão deslocados. Teriamos a oportunidade de junto ao CNE e ao MAT, exigir-lhe para repôr a legalidade. Este desfazamento iniciado em 2012, já fora protestado pelos Partidos da oposição e a resposta que receberam é que estvam a ver fantasmas. O cidadão, mesmo tendo conhecimento dos seus direitos, não reclama, ficando no deixa estar. Pergunto: De quem a culpa? É da CNE ou do MAT? Isto também poderemos responsabilizar o cidadão? Podemos sim, uma vez que se as duas mil pessoas nestas condições ou selhemante, fossem a estas instituições reclamarem, certamente veríamos resolvidas todas as falhas.

 

É necessário que todos aqueles que tomaram consciência realizem um trabalho de consciencialização aos demais, falando, discutindo, ensinando, escrevendo, demonstrando com exemplos históricos, que os mais fracos podem vencer os mais fortes e que a força do grupo pode compensar a fraqueza do individuo. E outros procuram não participar porque se consideram impotentes para exercerem alguma influência. Meu povo, a participação política não é uma forma de escravismo nem um principio de rotular organizações que apostam no desenvolvimento do País, mas sim, uma necessidade da natureza humana.

 

Desta feita, me apegando ao nosso politologo brasileiro Adelmo de Abreu, afirma que “o que a experência tem comprovado é que mesmo as pessoas mais pobres, sem nenhum poder económico, político ou militar, com pequeno preparo intelectual e exercendo as profissões mais humildes, podem conseguir um poder de pressão e são ouvidos quando agem em grupo. Adelmo continua dizendo que, “ todo grupo organizado tem possibilidade de exercer alguma influência política”. O que significa isso? Que se a sociedade estiver organizada e consciente, certamente ganhará espaço para reivendicar dos seus DIREITOS, podendo mesmo adquirir um peso considerável nas decisões dos partidos políticos e do próprio governo, em seus diversos níveis.

 

É necessário observar que cada um tenha conscência de respeitar os DIREITOS dos outros e a sua DIGNIDADE. É preciso que ninguêm fique indiferente, passivo, sem procurar influir na decisão dos assuntos de interesses comuns. A sociedade tem o dever de participação política, para que a ordem social não seja apenas da expressão da vontade e dos interesses de alguns. Porque se a sociedade não organizar-se e pletear uma nova ordem social, cairemos no que a história tem demonstrado, sempre que só um pequeno grupo decide. E é inevitavel que esse grupo se corrompa, perdendo de vista sua responsabilidade social, e acaba dando preferência aos seus próprios interesses gerando uma situação de injustiça, que impede a paz social, porque sempre existe pelo menos alguns que não aceitam passivamente a injustiça e lutam contra elas.

 

Outro mal que assiste associedade é de que os nossos representantes não são autênticos, porque para que a sociedade escolha representantes autênticos é preciso, antes de tudo, haver plena liberdade de informação, permitindo a sociedade formarem suas opiniõs com base no maior número possivel de dados.

 

O que se tem verificado é que a lado das restrinções que podem ser impostas pelo governo existe o problema das empresas e dos interesses que controlam os meios de comunicação que é grave para um país em excenssão. Dalmo nos afirma ainda, baseando-se nos escritos de Osman Lins, também escritor brasileiro, que não se pode conseguir uma qualquer mudança profunda na sociedade se não houver antes a mudança na consciência de cada um. É bem verdade que muitas das situações de injustiça não são corrigidas porque a sociedade que poderia influir para corrigi-las não estão verdadeiramente dispostas a lutar pelas mudanças e a aceitar suas conseguências. Por isso vamos continuar a sofrer e deixaremos de apontar o dedo ao governo porque a decisão de escolha foi nossas. Não devemos ser hipócritas.