Caros angolanos,

Venho escrever-vos com um grande propósito! É muito importante que participemos todos nas eleições de 23 de Agosto de 2017, para conferir legitimidade democrática ao Partido ou à coligação de partidos que vai governar o nosso país nos próximos 5 anos. Como dizia o federalista James Madison após a Revolução Americana: «Se os homens fossem anjos, nenhuma espécie de governo seria necessária. Se fossem os anjos a governar os homens, não seriam necessários controlos externos nem internos sobre o governo». O fundamento da acção política deve ser o homem.

Fonte: Club-k.net

Angola é um país que tem uma história dura e um povo valente, heróico e muito combativo, características que herdámos dos nossos antepassados, que, desde muito cedo, se levantaram contra a colonização, como a Rainha Ginga, o Rei Mandume e os nossos pais fundadores, que fizeram a nossa independência. Depois desse período, vivemos tempos conturbados, que, neste momento, não vale a pena aqui recordar.

 

Com a concretização da paz, no dia 4 de Abril de 2002, o Estado angolano decidiu fazer investimentos em inúmeros sectores, daí que o índice de desenvolvimento humano, no ano de 2000, fosse de 0,39, tendo passado para 0,532 em 2014, o que colocou Angola na 149.a posição em 188 países, segundo as Nações Unidas. Em 2015, o índice de desenvolvimento subiu para 0,533, sendo a terceira taxa mais elevada de crescimento anual do índice de desenvolvimento humano. Esta evolução só foi possível devido a melhorias verificadas no acesso dos cidadãos à educação, aos serviços de saúde e a um aumento do rendimento médio dos angolanos. O número de angolanos a viver abaixo da linha de pobreza baixou de 68% da população, em 2002, para 36,6%, em 2009, de acordo com os dados do inquérito sobre o bem-estar da população, levado a cabo pelo Ministério do Planeamento, em parceria com o PNUD, em 2009.

 

Com a crise do petróleo, que começou em 2014, o Executivo angolano decidiu dar início à Estratégia para a saída da crise económica e financeira, que veio dar lugar à estabilidade macroeconómica e à sustentabilidade das finanças públicas, conjugadas com uma política monetária cambial, por parte do Banco Nacional de Angola, assertiva, prudente e responsável, dirigida às empresas e às famílias, para mitigarem os danos causados pela crise.

 

Em 1992, durante as eleições, acompanhei de forma esperançosa a minha mãe, quando foi votar. Ela é filha de um antigo professor e político do MPLA, de nome Alberto Benjamin. Foram eleições renhidas, mas nunca tivemos dúvidas de que o MPLA era a escolha certa.

 

Em 2008, votei no MPLA de forma consciente, porque é o partido que escolhi livremente, partido de cujos valores ideológicos eu comungo, e que se está a adequar ao pensamento político contemporâneo, tendo em vista a satisfação das necessidades colectivas. Mais do que os valores ideológicos, o essencial é a prossecução do interesse público e a satisfação das necessidades colectivas. Em 2012, voltei a votar no MPLA de forma consciente, por ter plena convicção de que era o partido que melhores condições tinha para levar a cabo o crescimento e o desenvolvimento económico.

 

No dia 23 de Agosto, voltarei a votar no MPLA, pois tenho a firme convicção de que o MPLA e o seu candidato, João Lourenço, coadjuvado por Bornito de Sousa, constituem a melhor equipa para dar seguimento ao legado do Presidente José Eduardo dos Santos, pois esta equipa é feita de homens competentes, experientes e capazes. O MPLA e João Lourenço trazem um discurso de esperança e segurança, com o propósito de adoptar os objectivos de desenvolvimento sustentável, precisamente para ajudar a orientar o rumo futuro do desenvolvimento económico e social de Angola. O desenvolvimento sustentável sugere uma Angola onde o progresso económico seja generalizado, a pobreza extrema eliminada, a confiança social encorajada através de políticas que fortaleçam a comunidade e o ambiente protegido.

 

Por isso, é muito importante que votemos! E é importante que votemos no MPLA, por ter experiência na governação, por ter experiência em colocar o Homem no topo das suas prioridades, por lutar pela melhoria dos serviços de saúde, acesso e qualidade do ensino a todos os níveis, fornecimento de água, energia eléctrica. Todas as promessas feitas em 2012 foram cumpridas? Claro que não. Não foram cumpridas, fundamentalmente, por causa da baixa do preço do petróleo. O preço do barril de brent rondava os 100 USD, chegando ao valor mínimo de 29 USD em 2016, implicando um grande sacrifício, esforço e abnegação dos angolanos e das empresas. Torna-se também imperioso reconhecer que determinadas prioridades, em sede de políticas públicas, não foram bem concebidas.

 

Acredito firmemente que haverá uma mudança de paradigma na forma de governar, tendo sempre em vista uma melhoria contínua. Peço-vos que façam o seguinte exercício, reflectindo sobre: onde estávamos, onde estamos e onde queremos ir? Aí verão que, por exemplo, segundo dados do Censo 2014, a esperança de vida à nascença de um angolano passou de 45 anos de idade, em 2002, para 60 anos, em 2014. No ano 2000, a taxa de analfabetismo era de 50%, e baixou para 34%, em 2014, o que significa, claramente, que estamos muito melhor, mas não é o suficiente. Eu quero viver numa Angola onde ninguém passe fome, onde haja igualdade de oportunidades, respeito pelos direitos humanos, principalmente numa Angola onde os meus sobrinhos, os meus filhos e os parentes dos outros também possam viver com dignidade. É importante que a zungueira, através de políticas de inclusão, saia do informal para a economia formal. É importante que a sua filha tenha as mesmas oportunidades que os outros, e amanhã seja médica, contabilista, advogada ou professora.

 

Quem tem a capacidade de dar continuidade a tudo aquilo que já construímos a nível colectivo e individual é o MPLA e o seu candidato. Temos de fazer o país andar para a frente e acompanhar os desafios globais. Segundo os indicadores do Fundo Monetário Internacional, o mundo vai crescer 3,5%, em 2017, e 3,6%, em 2018. Ora, quem pode fazer reformas estruturais para acompanhar esse crescimento global é o MPLA. A democracia garante a liberdade e a igualdade. É preciso exercer a democracia angolana que temos vindo a consolidar a cada dia que passa. Angola tem assegurado eleições livres, justas e transparentes. Dito de outro modo: o nosso voto é muito importante! É fulcral que votemos no MPLA e no seu candidato. A democracia não termina no dia 23. Vamos votar e depois ajudar o Executivo a materializar as ideias que visam o bem-estar comum. Se o MPLA promete melhorar o que está bem e corrigir o que está mal, nós devemos ajudar, mudando de mentalidade. O propósito de fazer dos angolanos e de Angola uma grande potência, a todos os níveis, deve partir de nós. “Sê tu a grande mudança que queres ver no mundo”, dizia Gandhi. António Jacinto dizia: “Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga? Quem traz pela estrada longa...?”

Abraços!
Do vosso cidadão, Tito Cambanje, advogado e professor.