Luanda – Face ao uso constante da palavra “guerra” por parte do MPLA, partido liderado por José Eduardo dos Santos, após o anuncio dos resultados provisórios pela Comissão Nacional Eleitoral, os emblemáticos generais reformados  das Forças Armadas Angolanas, Paulo Lukamba Gato e Abílio Kamalata Numa, reprovaram  o discurso   do partido no poder, deixando as seguintes mensagens nas redes sociais: 
 
Fonte: Club-k.net
"Vejo aqui e acolá nas redes sociais compatriotas de um lado e de outro falarem de guerra. Não se fale de guerra com tanta leviandade e ligeireza. Uma guerra não é uma passeata. A guerra é a expressão máxima da violência organizada numa sociedade.

A guerra pressupõe partes armadas mas sobretudo vontade, capacidade e um contexto sócio-político que a exija. Não há, portanto, nem necessidade nem condições para esse tipo de conflito. Considero que o pronunciamento feito ontem pelo presidente da UNITA vai justamente no sentido de desactivar toda e qualquer carga de violência na sequência do processo actual.

Recai agora sobre todos os partidos políticos concorrentes as eleições de dia 23 de Agosto uma grande responsabilidade na gestão da parte mais crítica do processo que é o escrutínio.

O povo angolano de Kabinda ao Kunene cumpriu o seu dever com responsabilidade e um grande sentimento patriótico e cívico. Cabe à classe política assumir o seu papel com calma e serenidade, ouvindo com humildade a voz do povo expressa nas urnas e tirar as consequências tendo como pedra de toque apenas a verdade eleitoral de acordo com o preceituado na Lei e o interesse nacional.

Sejamos fiéis ao que a história tem de permanente!

Viva Angola
Viva o povo Angolano"
(general Paulo Lukamba Gato)

 

O povo que é soberano exerceu este direito dia 23 de Agosto de 2017. Ninguém e mesmo ninguém deve subverter a decisão do soberano angolano, já não estamos na idade média onde havia monarcas que eram tratados como divindades. Nossos filhos e netos têm de viver num país com lideranças sérias.

Nos tempos idos o mais velho Sabino Sandele de saudosa memória, dizia que o MPLA não conhecia a palavra vergonha daí actuarem permanentemente sem escrúpulos.

Sinto vergonha conviver com gente assim, porque fui educado num ambiente onde a palavra engajada tinha mesmo valor como o documento assinado.
Não aceitemos que o MPLA transforme nosso povo em animais enfurecidos por ser isso que eles procuram para os pobres e autóctones se matarem entre si.

Haja serenidade, porque a UNITA com sua Direcção encabeçada pelo Presidente Samakuva vão conduzir este momento com muita serenidade e firmeza na defesa da vontade exercida pelo povo angolano, mesmo debaixo das baionetas não nos render diante da mentira e a nossa arma será a lei em defesa da paz.
(General Abílio Kamalata Numa)