Luanda - Morreu na madrugada de sexta-feira em Toulouse, França, aos 79 anos, o embaixador itinerante Honorato Lando, vítima de prolongada doença, anunciaram fontes familiares.

Fonte: JA

Natural do município de Maquela do Zombo, província do Uige, Honorato Lando foi embaixador itinerante de Angola de 1992 até à data da sua morte.


Jornalista de profissão, Honorato Lando pertenceu ao grupo de angolanos refugiados na antiga cidade de Leopoldville, actual Kinshasa, integrados no seio do Movimento de Defesa dos Interesses de Angola- Partido de Consciência Nacional (MDIA-PCN), que regressou a Angola em 1965 para exigir, de forma pacífica, a independência de Angola ao regime colonial português.


Diante de tamanha ousadia, os membros do MDIA, partido fundado por João Pedro Mbala, falecido em 1993, foram instalados à força na Funda, arredores de Luanda, e em seguida enviados para o campo de concentração de São Nicolau (hoje Bentiaba), no então distrito de Moçamêdes, actual província do Namibe.


No campo de concentração de São Nicolau, o embaixador Honorato Lando e companheiros do MDIA ficaram em reclusão de 1966 até 1974, ano em que foram libertados, na sequência da Revolução do 25 de Abril em Portugal.


A 6 de Novembro de 1980, Honorato Lando funda na cidade do Huambo o Partido Democrático Liberal de Angola (PDLA) e em 1983 exila-se na Alemanha Federal e depois em França.


Com a adopção do multipartidarismo em 1991, Honorato Lando regressa a Angola e legaliza o seu partido político, o PDLA, a 29 de Julho de 1992. Com o PDLA participou nas primeiras eleições realizadas em Angola a 29 e 30 de Setembro de 1992, tendo sido o 5° candidato mais votado nas presidenciais, logo a seguir a Holden Roberto, da FNLA.


A 23 de Fevereiro de 2009, Honorato Lando decide desvincular-se do seu partido para integrar as fileiras do MPLA. Em 2014 teve um acidente vascular cerebral (AVC) e a família levou-o a Toulouse para tratamento.