Luanda - Há dias, o director da ENDE para a região centro e sul do país descreveu, num programa de uma rádio desta cidade, um país arco-íris em matéria de energia eléctrica. De acordo com o referido responsável, as cidades do Huambo, Kuito, Benguela, Namibe e Lubango estavam «suficientemente abastecidas, com uma cobertura de energia na ordem dos 70/80 por cento.

Fonte: Facebook

Provavelmente, com alguma surpresa, afirmou que a maior quantidade de energia provem de fontes térmicas, depois da recente montagem de 2 turbinas em cada uma das cidades do Huambo, Benguela e Namibe. Revelou que cada uma tinha capacidade de 25 MW.


Para os milhares dos consumidores que compõem as quatro províncias sabem que estas informações estão longe de corresponder à verdade, já que eles sofrem diariamente na carne os efeitos dos «apagões» e as restrições nos fornecimentos. Em vários bairros das referidas urbes sabe-se que a distribuição de energia tem sido feita à vez, ou seja, dia sim, dia não…


Teria, certamente, causado um «curto-circuito» aos consumidores se ele dissesse que cada uma das turbinas de 25 MW consome 100 litros de diesel/minuto, pelo que as 6 totalizam 600 litros, ou seja, 78 mil Kz/minuto ou, melhor, 488 mil/hora.


Diante destes cifrões assustadores, dá para questionar por razão não foram feitas mais apostas na recuperação/ampliação das barragens do Gove, Lumaum e Matala ou ainda na construção de mini – hídricas.


Nesta fase dificílima do campeonato em que escasseiam os recursos financeiros, os cofres do Estado conseguirão alimentar todos estes projectos megalómanos? Fico cada vez mais com ideia que as fontes térmicas estão a ser encaradas como a solução em detrimento das fontes hídricas, mais baratas e limpas…