Lisboa - Está a gerar desconforto, na União europeia, a exibição de uma publicidade do regime angolano colocada no canal Euronews. O assunto foi objeto de apreciação por parte da alta representante da UE para a politica externa, Federica Mogherini (na foto), e a comissária europeia para a economia e sociedade digital, Maryia Gabriel, no seguimento de uma reclamação, por escrito da eurodeputada socialista, Ana Gomes.

Fonte: Club-k.net/África Monitor

Regime paga publicidade para ser bem falado 



Na queixa, Ana Gomes, menciona um alegado acordo entre o governo angolano através do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração «GRECIMA» e a Euronews, no sentido deste canal divulgar noticias favoráveis ao regime angolano, com realce as oportunidades de investimento.


O levantamento do assunto prende pelo facto de a Euronews ser um canal de televisão órgão que recebe financiamento da Reunião Europeia razão pela qual a eurodeputada portuguesa levanta a possibilidade da revisão dos apoios europeus ao canal, com realce ao financiamento por Bruxelas.


Por outro lado, a eurodeputada holandesa, Marietje Schaake foi mais longe solicitando o corte de financiamento da União Europeia a euronews por alegada parcialidade no noticiário sobre Angola, nomeadamente durante as eleições de 23 de Agosto 2017. A mesma acusação é estendida a outros regimes não democráticos, como o Azerbaijão, Arábia Saudita e Cazaquistão.


A evidencia da parcialidade da euronews, por força do acordo com o GRECIMA, acentuou-se durante a campanha eleitoral em que este canal de televisão omitiu divulgar as reclamações de irregularidades levantadas pela oposição angolana, tendo por outro lado dado ênfase a campanha de João Lourenço.


Por outro lado, em Angola, as autoridades através da TPA retomaram o conteúdo das noticias da euronews para dar entender que canais de Tvs estrangeria estariam a dar destaque ao suposto prestigio que o regime reclama ter a nível internacional.