Luanda - Pronto. Já conhecemos os "ajudantes" do Presidente da República. São 31 ministros, menos quatro do que os 35 da estrutura anterior - estou a incluir no novo Governo o ministério da Justiça que, devido a um lapso, suponho eu, não faz parte da lista divulgada pela Presidência da República.

Fonte: Expansao

Aqueles que, como eu, esperavam uma estrutura do Executivo (muito) mais leve, talvez embalados pelas promessas de João Lourenço (JLO), desiludiram-se.


Pessoalmente, entendo que nas pastas económicas se poderia e deveria ter ido (muito) mais longe. Por mim não precisávamos do Ministério do Desenvolvimento Económico e Social, sendo eventuais funções de coordenação atribuídas ao Vice-Presidente da República; Criava dois super-ministérios: o Ministério da Economia, juntando os ministérios sectoriais (nomeadamente o do Comércio, da Hotelaria e Turismo e da Indústria), e o Ministério das Infra-estruturas, reunindo a Construção, o Ordenamento do Território, a Habitação, os Transportes, as Telecomunicações, e a Energia e Águas; unia a Agricultura, Florestas, Pescas e Ambiente num único Ministério, e colocava o Planeamento nas Finanças.


Nas pastas sociais e políticas punha os Antigos Combatentes na Defesa, juntava Cultura e Desporto e passava a Comunicação Social a secretaria de Estado.


Tudo somado, poupava 11 ministérios e conseguia juntar todos os ministros à volta da mesma mesa, ao contrário do que sucede actualmente em que alguns têm que ficar em segunda fila.


Porque é que eu defendo um Governo mais pequeno? Em primeiro lugar por razões de gestão. Em minha opinião, um Governo de mais de 30 ministros é ingovernável; Em segundo lugar, por motivos orçamentais. Não tanto pelo dinheiro que se pouparia, mas pela mensagem que se transmitiria ao País, em geral, e à administração pública, em particular, de que os tempos do "à grande e à francesa terminaram".


Mas como quem foi eleito para mandar foi o Presidente JLO, temos de nos conformar com a estrutura por ele escolhida e desejar-lhe e aos seus ajudantes a melhor sorte do mundo - bem vão precisar tal a dimensão dos problemas a resolver.


Atrevo-me a fazer apenas dois pedidos a JLO. O primeiro, sugestão de um empresário, é que o PR mande fazer obras no conselho de ministros, passando a sentar-se à mesa com os ministros e não a um nível superior como agora acontece. Em segundo lugar, o Governador do Banco Nacional de Angola deveria deixar de participar nas reuniões, num sinal de respeito pela independência da política monetária.