Luanda - Assim não me parece que se vai corrigir o que esteve mal e melhorar o que esteve bom. Tudo velho, mesmas práticas e quiçá mesmos critérios, a julgar pelas últimas nomeações. Foi assim nos últimos 38 anos, sai o número um, promove-se o número dois, renuncia o cargo de deputado, para ser nomeado no Executivo e Exonera-se no Executivo, para tomar posse no Parlamento. Se esse cenário mantiver-se nos próximos dois ou mais anos, não acredito que os angolanos logrem tanto com o Executivo de JLO.

Fonte: Club-k.net

Será que estivemos bem no sector dos transportes para manter-se o titular do pelouro? O que dizer do problemático sector das águas e energia para justificar a manutenção do ministro do pelouro, se nem uma rede pública de energia e água se mantém funcional como tal, olhem para o estado permanente de escuridão nas vias públicas, isto para não citar a triste realidade que cada angolano enfrenta, no que tange ao consumo quer da água, quanto da energia. Como justificar tal recondução ao cargo? Qual a justificativa da saída do ministro da saúde Dr. Gomes Sambo? O que mudou no Bengo, Kwanza Norte, Malange, Huila, Moxico, Bie, Cunene e Kuando Kubango?


Há ministros e governadores que por mais que queiram, o desgaste é tanto, que já nem deviam estar neste executivo. São algumas incongruências, que em minha opinião, contrasta muito com o fulgor da campanha. Portanto, julgo que pelo slogan da campanha, corrigiu-se mais na nomeação dos quadros/elenco dos órgãos auxiliares e gabinete do PR, que no próprio Executivo, que mesmo com um ou outro novato, não me parece ser o suficiente para dizer que melhorou-se o que esteve bom... parece-me ter prevalecido mais o critério da militância partidária, compadrio que propriamente os critérios do mérito e da tão propagada promessa de pessoas certas nos lugares certos. Sinceramente, ainda estou a tentar compreender o que esteve na base da nomeação e recondução de certos "camaradas".


Entretanto, consigo apenas vislumbrar, ainda turvo, que deve ter pesado o Despacho 635/17 de 15 de Setembro que determina o arquivamento de toda actividade de actividade inspectiva desenvolvida entre Janeiro de 2013 à Agosto de 2017, para que grande parte dos nomeados pudessem se mostrar aptos para os referidos cargos... viram os seus cadastros "limpos" por uma medida administrativa. Mas, devem ter esquecido que uma árvore distigue-se da outra pelos seus frutos, que ainda repousa na memória dos angolanos de mente sã, as "obras", algumas mal feitas e inacabadas e outras nem sequer iniciadas por parte de muitos dos camaradas que integram esse novo Executivo, mas com rosto muito velho e desgastado. Portanto, parece-me mais uma recompensa pelo apoio e grau de participação que os mesmos tiveram na campanha que levou a indicação e posterior "eleição" do JLO ao cargo de PR, tendo sido o interesse público mais uma vez relegado a um outro plano, que certamente não é o primeiro.


Todavia, importa lembrar o que foi dito pelo presidente do TC a quando do empossamento "... Senhor presidente os seus limites são aqueles definidos Constituição...".

Entretanto, segundo a nossa Constituição nas alineas e) e f) do artigo 120° compete ao PR, enquanto titular do Poder Executivo: definir a orgânica e estabelecer a composição do Poder Executivo; estabelecer o número e a designação dos Ministros de Estado, Ministros, Secretários de Estado e Vice-Ministros. Pelo que, não há estatuto nenhum, qualquer que seja a sua fonte que prevaleça sobre este preceito Constitucional. Começo a ficar preocupado, mesmo antes de entrar em acção esse novo Executivo, pois parece-me que a "montanha pariu mais um rato, pois não precisamos ser videntes para concluir que a forma determina as curvas do objecto que ela produz.

By Njunjulo J. António