Brasil - O jornalista e jurista António Rodrigues Afonso Paulo (meu amigo e ex-colega de carteira no IMEL e de redacção no “Jornal de Angola” nos idos de 90) vai entrar para História política recente do nosso País como o primeiro governante a ser exonerado pelo Presidente da República, João Lourenço, uma semana depois de ter sido nomeado para o cargo de ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. Motivo: Falta de comparência à tomada de posse. As razões que o levaram a não comparecer à cerimónia de tomada de posse são desconhecidas, mas os “mujimbos” têm alimentado, de forma profusa, a prosa política dos angolanos.

Fonte: Facebook

Ignora-se, entretanto, se António Paulo recusou-se a aceitar o cargo por, como se diz, não ter sido consultado antes ou se outras razões estarão por detrás da sua atitude. O que é se sabe até ao momento é que há muitas informações desencontradas sobre o assunto; informações desencontradas que aguardam por um esclarecimento público do mesmo, de molde a não alimentar a especulação sobre o assunto que já grassa pela capital do nosso País (e não só), qual fogo que lavra o capim seco da pradaria política angolana.


Salvaguardadas as devidas dissemelhanças e distâncias, a atitude do jornalista e jurista António Paulo convoca-me à memória a figura do político e economista Carlos Rocha “Dilolwa” que por ter ousado um dia “afrontar” o partido (MPLA) com a sua coerência acabou à pão e água até altura em que, devido à proscrição a que fora submetido, entendeu colocar um ponto final à sua existência por enforcamento.


Temo, por isso, que a atitude do jornalista e jurista António Paulo venha a ser mal interpretada por alguns camaradas do seu partido e, desta feita, colocado “index”. Receio que, daqui para frente, se desencadeie uma cruzada contra o mesmo. Desconfio que António Paulo venha a ser proscrito da Função Pública, à boa maneira da “Enciclopédia Soviética (sei do que falo)e, quiçá, nunca mais ser nomeado para cargo algum, independemente dos seus pergaminhos técnico-acadêmicos.


Para que tal não aconteça, então precate-se, o meu amigo António Paulo, pondo um pé de coelho no bolso traseiro e uma ferradura atrás da porta de lá de casa, de sorte a que tudo corra de feição, pois nem sempre a sorte é irmã!