Luanda - Mais de 40 por cento dos médicos angolanos estão insatisfeitos com as condições de salariais e de trabalho e um terço considera ter uma qualidade de vida "muito má", indicam as conclusões de um estudo apresentado hoje em Luanda.

Fonte: Lusa

Os resultados preliminares do estudo, promovido pelo Centro de Estudos Avançados de Educação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, foram apresentados hoje, no 1.º Encontro dos Médicos Internos de Angola, que está a decorrer na capital angolana, com os autores a constatarem "com muita preocupação" que 70% dos médicos inquiridos "se pudessem escolher não voltariam a ser médicos".


"Então, temos médicos a cuidar de vidas e que realmente já não têm prazer da profissão mas as necessidades oS obrigam", explicou Kavungu André, membro do Centro de Estudos Avançados de Educação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto.


De acordo com o estudante do 5.º ano da Faculdade de Medicina da maior universidade de Angola, este estudo foi realizado nas principais unidades hospitalares públicas e privadas do país, tendo como amostra um grupo de mais de 70 médicos, surgindo em função das constantes reclamações apresentada pela classe.


"São muitas as reclamações que são apresentadas, como as condições de trabalho, por exemplo, algumas delas as direções dos hospitais conhecem, a ordem dos médicos conhecem mas que continuam sem respostas", explicou.


Qualidade de Vida e Grau de Satisfação dos Médicos em Luanda é a temática do estudo que, segundo Kavungu André, mostra igualmente "com unanimidade" os principais problemas vividos nos hospitais principalmente os públicos e deverá ser realizado também outras províncias do país.


"Panorama do Internato Complementar Médico em Angola" é lema deste 1.º Encontro dos Médicos Internos de Angola, uma realização da Associação dos Médicos de Angola (AMA), e que junta hoje na capital angolana profissionais do setor para troca de experiência e um olhar sobre as ações diárias da classe.