Luanda - O partido político angolano Bloco Democrático considerou hoje que o país vive uma fase de "aprofundamento do abismo social", exortando a população "uma participação na vida política do país".

Fonte: Lusa

O posicionamento vem expresso no comunicado final da quarta convenção extraordinária do partido, que nas eleições de 23 de agosto garantiu um deputado à Assembleia Nacional, em coligação.

 

O Bloco Democrático entende que "a crise social" em Angola "acompanha a crónica crise moral que vem inquinando a relação entre governantes e governados".

 

Neste contexto, refere o comunicado final da convenção, que terminou hoje em Luanda, "associa-se ao crescente problema do desemprego vitimando essencialmente os jovens deste país, a fragilidade das carreiras profissionais e os danos efetivos que vão até a perda dos postos de trabalho por descriminação política tanto no setor público como no privado".


O Bloco Democrático é um dos seis partidos que integrou a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), elegendo 16 deputados, o dobro face à legislatura anterior. Entre os 16 deputados eleitos está Justino Pinto de Andrade, presidente do Bloco Democrático.

 

A convenção, que teve início na sexta-feira, decorreu sob o lema "Renovar o caminho para fortalecer a ação democrática" e reconduziu Justino Pinto de Andrade na liderança do partido, tendo ainda sido feito o apelo à "militância generalizada".

 

"O empenho dos seus dirigentes e a solidariedade efetiva para com a sociedade civil pelo engrandecimento das fileiras pró democracia e pela justiça social numa Angola futura forjada na liberdade, modernidade e cidadania", exorta o documento.

 

De acordo ainda com o comunicado final, apresentado por Manuel de Vitória Pereira, da direção do partido, o Bloco Democrático reafirma que terá uma presença parlamentar "otimizada" no seio da coligação CASA-CE.

 

Na sexta-feira durante a abertura da convenção que apreciou, discutiu e analisou da situação organizativa do partido aos níveis nacionais e provinciais, o líder do partido assumiu que se o Bloco Democrático não tivesse concorrido às eleições de 23 de agosto coligado na CASA-CE "passaria por dissabores", pelo que o entendimento "é para manter".

 

"Não vejo neste momento qualquer motivo que o Bloco Democrático se desfaça da coligação, acho que é um exercício quer deve ser feito e temos de nos habituar a conviver na diferença. No fundo esta mensagem e coexistência dentro a diversidade é que nós queremos passar", disse na ocasião.