Luanda - O presidente do Bloco Democrático (BD) angolano, Justino Pinto de Andrade, que foi eleito deputado à Assembleia Nacional, revelou hoje que o partido tem "dificuldades crónicas de se autofinanciar" e "até mesmo para manter ativas as suas estruturas mínimas".

Fonte: Lusa


O líder daquele partido, um dos seis que integrou, nas eleições gerais de 23 de agosto passado, a coligação CASA-CE, apresentou esta posição quando discursava na cerimónia de abertura da quarta Convenção Extraordinária do BD, que decorre até sábado em Luanda.


"O esforço financeiro para manter o partido tem sido feito por poucos. Temos, pois, que ultrapassar este 'handicap'. Temos que ter capacidade para recolher as quotas dos nossos militantes", afirmou hoje o líder daquele partido, impedido de concorrer às eleições gerais de 2012.

De acordo com o político, a convenção que decorre sob o lema "Renovar o caminho para fortalecer a ação democrática" tem caráter extraordinário, desde logo pela "obrigação de legitimar junto do Tribunal Constitucional os órgãos diretivos eleitos na Convenção Ordinária de 2014".

"Segundo, porque depois das eleições gerais de agosto, o quadro político do nosso país sofreu uma significativa alteração, obrigando-nos, assim, a uma profunda reflexão, em conjunto, sobre o nosso desempenho enquanto partido", afirmou.

Para o deputado, eleito nas eleições gerais de 23 de agosto pela Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), o incumprimento do processo de legitimação junto do Tribunal Constitucional "foi fruto de algum laxismo".

"Que, inclusive, nos poderia ter atirado para a ilegitimidade. Temos que procurar evitar a cometer erros como este", acrescentou.

Apresentação, apreciação, discussão e análise da situação organizativa do partido aos níveis nacionais e provinciais e sua restruturação para consolidação na CASA-CE são alguns dos pontos da agenda da reunião do Bloco Democrático, que termina no sábado.