Luanda - "Desenvolve apetites que não (…) existem, estimula desejos ardentes que jamais devem ser satisfeitos" – Tony Persons, Colunista.O generalizado uso das produções pornográficas e violentas, estão estritamente ligadas a nova onda da Comunicação de Massa.

Historicamente, a pornografia só era para ricos, porque era difícil de produzir em massa, inviabilizando o acesso as gentes. Com a revolução tecnológica no mundo da midia, viabilizou a sua expansão até a exaustão, elastificando assim a crise de valores que o mundo contemporâneo enfrenta até a medula.
Pornografia é a representação, por quaisquer meios, de cenas ou objectos obscenos destinados a serem apresentados a um público e também expor práticas sexuais diversas, com o fim de instigar a libido do observador. O termo deriva do grego πόρνη (pórne), "prostituta", γραφή (grafé), representação. Quase sempre a pornografia assume carácter de actividade comercial, seja para os próprios modelos, seja para os empresários do sector. [ http://pt.wikipedia.org/wiki/Pornografia; 02.07..09].

Numa visão mais holística, profundamente humana e mais conforme com os desígnios e nobreza da pessoa, afirma o Catecismo da Igreja Católica (§2354), "a pornografia consiste em retirar os actos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o acto conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (actores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objecto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito, Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. É uma falta grave.

"Sem contradizer os conceitos acima delineados, mas sim para aprofundar e contextualizar sobretudo "Entende-se (também) por pornografia, neste contexto, a violação, por meio do uso de técnicas audio-visuais, do direito à privacidade do corpo humano em sua natureza masculina e feminina, violação que reduz a pessoa humana e o corpo humano a um objeto anônimo destinado a uma má utilização com a intenção de obter gratificação concupiscente. A violência, neste contexto, pode ser entendida como a apresentação destinada a excitar os instintos humanos fundamentais para actos contrários à dignidade da pessoa, e que descreve a força física intensa exercida de maneira profundamente ofensiva e amiúde passional.." (Pontifício Conselho para as Comunicações, Pornografia e Violência nas Comunicações, nº 9).
 
A leitura que estamos a fazer deste fenómeno de dimensão planetária, tem como enfoque essencial, a infoética – ética da informação ou da comunicação – como propôs o Papa Bento XVI na penúltima Mensagem dedicada ao Dia Mundial das Comunicações […Na encruzilhada entre protagonismo e serviço…., 2008]. Apesar da nossa visão ser fundamentalmente de natureza ética, não deixaremos de dialogar com os grandes movimentos sociais de hoje, com a psicologia, com a sociologia, a história, a medicina e a própria ciência da comunicação que nos seus resultados sensistas a difunde. Esta visão dialógica já está bem expresso nos parágrafos antecedentes.
Importa frisar que não daremos tratamento separado entre filmes violentos e a pornografia, porque os dois géneros pressupõem violência, e muita violência. Prova da violência que a pornografia carrega é a crítica feminista, que combate com veemência a pornografia, porque para elas, esta prática leva que os homens violem as mulheres, porque a pornografia dá a falsa imagem de que as mulheres adoram ser violentadas! O que não é verdade…

Entre várias questões que as feministas colocam ao se oporem a pornografia, algumas são: "A pornografia gera violência contra mulheres?", "Qual é o papel das mulheres nos filmes pornográficos?", "As mulheres desempenham o papel de sujeito do sexo nesses filmes, ou apenas de objectos?". De acordo com as femenistas, a conclusão é clara: ela gera violência contra mulher sim, por isso, deve ser evitada.[grifo]

Antropologia dos filmes pornográficos e violentos

Não necessitamos de calorosas e fatigosas análises hermenêuticas, para concluirmos, que a os filmes violentos e a pornográficos, degradam a "Imago Dei", cria uma falsa imagem de homem, desvaloriza a pessoa humana. Incute na personalidade das pessoas uma visão materialista, hedonista, sensista, da pessoa humana, reduzindo-a ao mero prazer, levando os observadores destas práticas a um nihilismo profundo e total. Não é por acaso que em muitos filmes pornográficos os intervenientes são mortos, tudo por causa da visão que carregam sobre o homem, que não passa de um instrumento ao serviço de "de"…, tendo cumprido os propósitos da mera animalidade, pode ser descartado com a morte.

Causas desta ferida Infoética

Um dos motivos básicos da difusão da pornografia e da violência sádica no âmbito dos meios de comunicação parece ser a propagação de uma moral permissiva, baseada na busca da satisfação individual a todo custo. Um nihilismo moral da desesperação se ajunta a isso, que acaba fazendo do prazer a única felicidade acessível à pessoa humana.
 Um certo número de causas mais imediatas contribuem ulteriormente para a escalada da pornografia e da violência nos "media". Entre estas cabe citar:

1) O benefício económico. A pornografia é uma indústria lucrativa. Alguns sectores da indústria das comunicações sucumbiram tragicamente à tentação de explorar a debilidade humana, especialmente a dos jovens e a das mentes impressionáveis, para obter proveito de produções pornográficas e violentas. Esta indústria pornográfica é às vezes tão lucrativa que ela, em algumas sociedades, faz parte do crime organizado.

Fonte: Club-k.net