Lisboa -  A recente exoneração das  entidades que integram o Conselho de Administração da Empresa de Comercialização de Diamantes - SODIAM, E.P., e ENDIAMA,  está a ser entendida em meios com apurado conhecimento na matéria como uma alteração   que irrita José Eduardo dos Santos, uma vez que afecta directamente os  interesses empresariais da sua primogênita Isabel dos Santos.
 
 
Fonte: Club-k.net
 
Os respectivos conselhos administrativos tiveram os seus mandatos renovados por JES,   na véspera das eleições em Agosto do corrente ano e acabaram por  ser dispensados  pelo novo Presidente  João Lourenço  três mês apôs.  Não obstante,  ao facto de terem ficado pouco tempo no cargo, os dois PCA destituídos são quadros da confiança de JES através do qual Isabel dos Santos,  filha do  antigo presidente detinha   o monopólio e controle do sector dos diamantes em Angola.
 
 Desconhecida do grande público, a  exonerada  PCA da Sodiam, Beatriz Jacinto Antônio de Sousa, faz parte da família presidencial por afinidade. É irmã de Bento de Sousa, ex-esposo da  irmã mais nova  de JES, de sua graça Marta dos Santos. Beatriz Sousa cresceu no seio da família presidencial e  na infância   tornou-se muito próxima a Isabel dos Santos até 1981, ter ido como bolseira para Alemanha onde cursou na Universidade de Ciências Aplicadas.  A sua posição anterior ao cargo de PCA da Sodiam, era a de  diretora do mercado artesanal ate se tornar na PCA. Poucos dias antes da sua exoneração Beatriz de Sousa esteve  na residência de JES no Miramar. 
 
António Carlos Sumbula, outro da confiança de JES para o sector diamantífero, foi pela primeira  levado ao circulo presidencial por via de um colega dos tempos da faculdade de ciências, José Dias, a data,  diretor da Endiama.  JES pretendia fazer de  José Dias  o futuro  Vice-ministro da geologia e minas do GURN, mas este  terá manifestado interesse em se manter  na Endiama  e sugeriu o nome do amigo,  Carlos Sumbula para o cargo.  Sumbula seria dispensado antes do fim do GURN,  para mais tarde, ser reabilitado. Diz-se que o seu regresso deveu-se   a influencia de Isabel dos Santos que aprecia o seu pragmatismo e a forma como se move nos mercados diamantíferos. 
 
 
Porém, a relação entre Carlos Sumbula e Isabel dos Santos acabaria por ficar prejudicada devido a interferências que Sindika Dokolo exercia no sector dos diamantes resultando no amparo da SODIAM que anteriormente dependia do PCA da Endiama. Ao tempo em que a SODIAM, estava como subsidiaria da ENDIAMA, tornou-se nas Lundas, parceira da “Mi Diamond”,  uma empresa  detida por Carlos Sumbula, o gestor  que também representa interesses de JES, no banco russo VTB. Dias antes da sua exoneração foi visto na casa do ex-Presidente no Miramar. 
 
 
Carlos Sumbula  foi  substituído por  José Manuel Ganga Júnior, um quadro de boa reputação em Angola  e que rejeitou no passado  um convite  presidencial para se tornar no  PCA da Endiama. Na altura,  Ganga Júnior,  alegou que aceitaria uma nomeação na condição de haver garantias de que o seu mandato não seria  perturbado com  interferências  alheias ao programa de gestão que iria apresentar.  JES não deu provimento as suas imposições e optou por manter António Carlos Sumbula que lhe é mais obediente. 
 
 
Com a saída de JES do poder, o gestor   José Manuel Ganga Júnior aceitou o convite do novo Presidente  João Lourenço sem no entanto apresentar  condições.