Luanda - “De quem são cerca de 380 milhões de dólares depositados num banco português? Do estado angolano ou de personalidades daquele país?” Era assim que começava a notícia publicada em Portugal, pelo Diário de Notícias (DN).

Mais à frente lia-se que “esta é uma das dúvidas que o Ministério Público vai ter de descortinar, na sequência de uma queixa-crime apresentada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que reclama a posse daquela verba. A queixa, segundo o diário português, foi apresentada “no final do ano passado”.

Amélia Borgia, porta-voz do BNA, contactada pelo Novo Jornal assume que aquela instituição “não apresentou qualquer queixa-crime em Portugal”, e diz mesmo que “o BNA desconhece por completo o assunto em questão”. Segundo a fonte, a notícia
terá mesmo sido encaminhada ao Governador do BNA, Abraão Gourgel, para seu conhecimento.

Ainda segundo o DN, “várias fontes judiciais” contactadas alegaram sempre tratar-se de um “assunto sensível” e por isso não poderiam “prestar qualquer informação”.

A própria Procuradoria-Geral da República portuguesa, questionada pelo jornal português “sobre a existência da queixa, nem a confirmou directamente, dizendo apenas: “Por ora, não há informações a prestar.”

Também a embaixada de Angola, através do conselheiro para a imprensa, Estêvão Alberto, disse ao DN “que não havia declarações a fazer sobre o caso”.

O mesmo órgão de comunicação avança que “o dinheiro em causa” seria movimentado em Portugal por um advogado e “um militar na reserva, actualmente empresário. Fontes conhecedoras do caso adiantaram que ambos representariam interesses particulares”. Os 380 milhões de dólares que agora estão em causa podem ser “apenas uma parte das verbas que chegaram a Portugal para serem aplicadas em vários negócios”. O montante total terá atingido os 700 milhões de dólares, os quais terão chegado a Portugal transferidos de contas na Suíça, segundo o Diário de Notícias português.

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Fonte: Novo Jornal