Luanda - A exoneração de Isabel dos Santos da presidência do Conselho de Administração da Sonangol continua a dar que falar. Agora por causa de um editorial publicado ontem, 19, no Jornal de Angola, em que o director da publicação associa o afastamento da empresária ao facto de ser uma pessoa politicamente exposta. Uma "informação falsa", garante a gestora.

Fonte: Novo Jornal

Com o título "Um falso problema", o director do Jornal de Angola (JA), abordou, em editorial, o novo ciclo político que o país vive, descartando a ideia de uma clivagem entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos.


Referindo-se às mudanças na Sonangol, Victor Silva sublinhou que "a questão não deve ser posta no facto de Isabel dos Santos ser filha do ex-Presidente da República", acrescentando: "Se calhar, ou talvez por isso mesmo, a petrolífera nacional não conseguia os financiamentos externos necessários ao seu desenvolvimento por saber-se que no combate ao branqueamento de capitais há pessoas politicamente expostas, as chamadas PEP, que estão sob o radar do mundo financeiro mundial".


Para o responsável, "tratou-se de uma medida de gestão, pura e dura, que algumas forças, apanhadas sem argumentação, procuram agora atirar para um alegado conflito político entre o Presidente da República e o líder do MPLA, fomentando um forçado braço-de-ferro e pseudo divisões no partido no poder".


A argumentação do director do JA foi entretanto desmentida por Isabel dos Santos, através da sua conta no Facebook.

 

A empresária publicou, na noite deste domingo, um post em que rotula de "informação falsa" a seguinte passagem do editorial assinado por Victor Silva: "A questão não deve ser posta no facto de Isabel dos Santos ser filha do ex-Presidente da República", acrescentando: "Se calhar, ou talvez por isso mesmo, a petrolífera nacional não conseguia os financiamentos externos necessários ao seu desenvolvimento por saber-se que no combate ao branqueamento de capitais há pessoas politicamente expostas, as chamadas PEP, que estão sob o radar do mundo financeiro mundial".


Apesar de não chegar ao ponto de defender que foi afastada por ser filha do antigo Chefe de Estado, a empresária parece sugerir isso mesmo.


Menos moderada, a irmã Tchizé chegou mesmo a acusar, no WhatsApp, o Presidente João Lourenço de perseguição pública.