Luanda – A construtora e imobiliária JEFRAN - engenharia e construção civil, Lda, burlou sem pudor, a princípio, mais de 500 milhões de kwanzas a seus clientes, que aderiram à venda de imóveis de tipologia T3 e T4, na Vila de Jericó, localizada na comuna do Benfica, município de Belas, tendo esta vila – mais tarde – sido transferida fraudulentamente para o Ministério do Interior, quando os clientes aguardavam pela receptividade das moradias, pelo prazo estabelecido no contrato.

*António Ganga
Fonte: Club-k.net
A denúncia surge de mais de 100 cidadãos desesperados pelo incumprimento do contrato de compra e venda por parte da JEFRAN, empresa construtora das residências, representada por Francisco Simões da Silva, em modalidade de pagamento por renda resolúvel (e pronto pagamento noutros caso) que esperavam até ao passado mês de Agosto do corrente ano, receber as suas moradias na vila do Jericó, em Luanda.

Sabe-se que as primeiras residências erguidas, inicialmente, com o dinheiro dos lesados foram recentemente transferidas para o Ministério do Interior em benefício dos seus efectivos, onde alega-se haver interesses privado de alguns dirigentes, como o ministro do interior, Ângelo da Veigas Tavares, actual governador de Cabinda, José Laborinho e o antigo governador de Luanda, Higino Carneiro.

“Aderi ao projecto em 2015, inicialmente paguei um milhão de kwanzas pelo contrato e posteriormente fui pagando uma mensalidade de cem mil, durante dois anos. Tomamos conhecimento que a vila foi passada ao Ministério do Interior. Porém, já pedimos o reembolso do nosso dinheiro, mas a empresa diz que não tem valores. Durante este conflito, que dura meses, fomos vendo alguns dirigentes a visitarem frequentemente o escritório da JEFRAN na companhia do Francisco da Silva, inclusive o ministro do Interior e o nosso problema não é resolvido”, frisou um dos lesados.

Segundo as vítimas, desde 2014 e 2015 que esses vêm domiciliando depósitos e transferências bancárias nas contas da JEFRAN, valores monetários na ordem de 75 a 100 mil kwanzas/mês durante dois anos. Prestações essas que daria direito a residência na condição de arrendatário.

No contrato de adesão, a empresa burladora exigiu um valor de dez por cento do valor global do imóvel, efectuando o respectivo pagamento via bancos comerciais indicados pela JEFRAN, e converter o dinheiro em dólares ao câmbio do dia, na eventualidade de o cliente ter ido pagar em moeda nacional.

A titularidade efectiva da residência para o cliente, de acordo com o contrato, carece do cumprimento na totalidade do acordo celebrado, conforme o documento que o Club K teve acesso, sob o número de Identificação Fiscal 540121346. O mesmo documento estabelece valores totais dos imóveis de 100 e 150 mil dólares norte-americanos para T3 e T4 respectivamente, por um prazo de 15 anos.

“Fomos pagando de um tempo a esta parte muito dinheiro para as contas da JEFRAN e até com um acréscimo em multa de 10 por cento, depois do dia 8 de cada mês. O contrato diz que teríamos as casas depois de 24 meses do primeiro pagamento efectivo. Para o nosso espanto, a Vila do Jericó deram ao Ministério do Interior”, esclareceu uma das concorrentes.

Ainda de acordo com alguns cidadãos afectos ao mesmo processo de burla, terão igualmente, em 2015, pago residências em distintas vilas habitacionais na mesma localidade do Benfica, projectadas pela imobiliária JEFRAN, como a Vida de Israel e de Siloé, onde até ao momento os candidatos também não foram contemplados com nem sequer um “casebre”.

Os candidatos acusam a JEFRAN, na pessoa do seu Presidente de Conselho de Administração, Francisco Simões da Silva, de desonestidade, porquanto afirma não haver condições de reembolso, alegando a actual situação crítica financeira e económica em que Angola se encontra.

Por outro lado, os denunciantes associam o descaminho do seu dinheiro, aos investimentos pertencente a JEFRAN, como duas empresas de seguros, uma clínica e outros investimentos aonde as vítimas acreditam ter sido investido todo dinheiro para a construção de habitações.