Luanda - O Governo angolano vai lançar um concurso público internacional para um quarto operador de telecomunicações. A Vodafone está bem posicionada para ganhar o concurso.

Fonte: Negocios

A empresária angolana Isabel dos Santos criticou a decisão do Governo angolano em abrir concurso para uma nova licença de telecomunicações, considerando que o mercado é muito pequeno para quatro operadores.


"Quatro licenças num mercado de 24 milhões de pessoas é um cenário insustentável", afirmou Isabel dos Santos em entrevista à Bloomberg. A empresária angolana controla 25% da Unitel, a maior operadora de telecomunicações do país, que no segmento móvel enfrenta actualmente apenas a concorrência da Movicel. Angola tem actualmente mais de 11 milhões de cartões da rede móvel registados.

A atribuição de duas novas licenças "provavelmente vai dar origem a algumas fusões após um período de cinco a seis anos", acrescentou Isabel dos Santos à agência de noticias norte-americana.


O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, anunciou o mês passado que o Governo angolano vai lançar um concurso público internacional para um quarto operador de telecomunicações, incluindo a rede fixa, móvel e de televisão por subscrição, integrando o Estado a estrutura accionista com 45% do capital.


Além disso, o governo vai ainda privatizar 45% do capital social da empresa pública Angola Telecom, que actualmente se dedica apenas à rede fixa.


O Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação já recebeu "várias" manifestações interesse por parte de investidores nacionais e estrangeiros, mas que o processo, até à escolha final do operador, "não será concluído em menos de três meses".


De acordo com o Novo Jornal, a Vodafone está bem posicionada para ganhar a nova licença.


Apesar de criticar o número de licenças, Isabel dos Santos diz que "a concorrência é sempre bem-vinda" e o concurso deverá "provavelmente atrair um número considerável de interessados".


"O mercado de telecomunicações tornou-se muito maduro e já não é um negócio tão bom como era há 15 anos", acrescentou.