Lisboa -  Nos   meios castrense e serviços de inteligência de Angola,  corre a preocupação generalizada de que a divulgação do nome da jornalista Isabel João, feita recentemente  pelo Ministro do Interior  Ângelo de Barros Veiga Tavares, como suposta investigadora das praticas de assassinatos por parte da Policia Nacional,  visou  apenas coloca-lá em risco junto dos esquadrões da morte sob comando da Polícia Nacional. 

 
Fonte: Club-k.net
 
Sociedade teme que ministro mande fazer alguma maldade 
 
A citação do nome da jornalista consta de   carta em que o ministro responde ao defensor dos direitos humanos Rafael Marques  que recentemente apresentou um relatório sobre 92 pessoas executadas pelo esquadrão da morte conotado ao órgão que dirige. O ministro Ângelo Tavares apresenta  a jornalista Isabel João como estando em concertação  com Rafael Marques nas denúncias destes casos de   execuções expostas  no relatório. 
 
 
“Saiba pois que o Comissário Geral Ambrósio de Lemos, Comandante Geral da Polícia Nacional e única entidade com competência absoluta para vincular a Polícia Nacional , pessoa com quem o senhor abordou o assunto, por intermédio da Jornalista do Novo Jornal Isabel João, (que com os mesmos propósitos e concertação consigo também desferiu idêntico ataque), logo após o encontro que manteve consigo, por dever de ofício e lealdade (são palavras do Comandante) contactou-me, reportando o que tinha sido tratado no encontro que manteve consigo”, le-se na carta do governante. 
 
 
Segundo pesquisas, a jornalista Isabel João  nada teve haver com o relatório das execuções praticadas pelo  esquadrão da morte.  O seu papel no encontro foi,  por dever patriótico, ter tentado procurar ajudar as autoridades competentes a terem a informação sobre as execuções.  Neste sentido, a mesma mediou  um encontro entre Rafael Marques e o ex-comandante Geral da Policia Nacional, realizado em Abril passado de forma a haver contraditório. 
 
 
O relatório em causa   referia-se que o esquadrão da morte da polícia nacional teria executado 92 pessoas, dentro os quais alguns confundidos por supostos marginais. Porem, fonte do Ministério do Interior   adianta que a cifra interna já ultrapassou aos 330 mortos só entre o município de Cacuaco e Viana. 
 
 
Solicitado a comentar o assunto, o universitário e activista  Pedro Malembe entende que se acontecer alguma maldade contra a integridade física   da jornalista Isabel João, “a sociedade  saberá a quem responsabilizar, por que não se deve aceitar que num Estado de direito, ocorram promoções de actos de crueldade institucionais”.