Luanda - Ao longo dos anos, o Instituto Nacional de Petróleos – INP foi-se tornado numa instituição com relatos gritantes de corrupção institucionalizada e com um nível de ensino médio muito deficitário. Recentemente, o Presidente João Lourenço nomeou o senhor Doutor Diamantino Pedro Azevedo para o cargo de Ministro dos Recursos Minerais e Petróleos. Como sabemos, o Instituto Nacional de Petróleos está sob a tutela deste ministério.


Fonte: Club-k.net

Angola é o maior produtor de petróleo de África

Os actores políticos envolvidos com a indústria petrolífera nacional deviam criar um plano ambicioso, de longo prazo, em que o conhecimento, ou seja, o know-how do sector petrolífero estivesse disponível desde o ensino médio profissional angolano, com professores altamente especializados, provenientes da indústria, a leccionarem no INP. A futura competência de um engenheiro do ramo petrolífero deve ser traçada desde o ensino médio profissional. Sem um ensino médio profissional de qualidade que garanta uma transmissão rigorosa das disciplinas de base da engenharia, que são a matemática, a física e a química, é muito difícil, senão mesmo impossível, que um engenheiro angolano possa adquirir no futuro a sabedoria e o conhecimento científico necessário e imprescindível ao desempenho de uma engenharia que seja altamente profissionalizada e criadora.


Como diz o ditado, “de pequenino é que se torce o pepino”. Nesta expressão reside a chave da visão que o país precisa ter e colocar em cima da mesa para começar a trabalhar com todos os Stakeholders envolvidos no processo de desenvolvimento de um ensino médio profissional pragmático, profissional e proactivo. Os futuros engenheiros devem começar a ser formados e reproduzidos no ensino técnico profissional, garantido o domínio do saber inicial das ciências exactas.


Se o caminho estiver bem traçado, é fácil um dia termos um engenheiro expert que seja uma referência, respeitado a nível internacional e que possa defender os nossos interesses na Organização de Países Exportadores de Petróleo.


O INP tem que deixar de ser uma instituição que “finge que ensina” e passar a ser uma instituição com visão e com valores, respeitador do saber e dos interesses dos seus alunos.


Os alunos do INP não podem continuar a estudar debaixo de árvores como se não fossem pessoas / estudantes, com a inerente dignidade. Nunca existiu no INP uma verdadeira preocupação para melhorar as condições de vida dos alunos do internato. É inadmissível, que mais de quinze alunos durmam num dormitório, com um espaço exíguo, e que o pequeno-almoço dos alunos do ensino médio seja um pequeno-almoço substancialmente diferente e discriminado em relação ao pequeno-almoço dos professores e dos formandos do ensino profissional.


É fundamental reverem todo o ambiente interno que afecta, limita e condiciona as capacidades cognitivas e de aprendizagem dos alunos. Tal objectivo só será possível se houver sensibilidade, vontade de mudança e se os diversos actores pedagógicos forem conhecedores das novas pedagogias de ensino.


O chefe do apoio social, o Sr. Armindo Napoleão, gere este serviço a seu belo prazer, manipulando o diretor geral, semeado intrigas na direção, sendo o grande culpado do despedimento de funcionários e professores competentes, nunca respeitou o bem-estar dos alunos, muitas das vezes os alunos têm que pagar contas exorbitantes pelos estragos, os quais nunca são reparados ou substituídos. É caso para perguntar: para onde vai esse dinheiro? Não podemos passar a vida a reproduzir modelos pedagógicos arcaicos, dos anos 40 e 60, em que as condições dos alunos internos eram vistas como irrelevantes e sem importância no processo de motivação e de aprendizagem dos alunos. Não é por acaso, que hoje em dia, os internatos modernos investem e procuram melhorar as condições de vida dos alunos para que se sintam plenamente integrados, apesar de viverem longe das suas famílias e dos seus lares, e assim permitir que os alunos se adaptem mais facilmente às rotinas e aos horários rigorosos dos internatos. Logo é importante que tudo seja feito para que haja um ambiente agradável e acolhedor, que facilite a compreensão e a comunicação entre os alunos e professores, por forma a que os alunos possam sentir-se seguros e bem acolhidos no ambiente escolar, possam reconhecer na escola um ambiente saudável de convivência e de motivação para estudarem e viverem felizes.


A moderna psicologia do desenvolvimento entende que a escola deve ser um local facilitador e motivador do desenvolvimento humano, intelectual, relacional e científico.
O INP tem obrigação de não se desviar do que deve ser uma escola moderna com internato.


Como ensinava o psicólogo Jean Piaget: “Pensar é agir sobre o objecto e transformá-lo”, razão porque faço um apelo para que o Ministro Diamantino Pedro Azevedo seja o principal impulsionador e catalisador do paradigma de mudança que o INP tanto anseia.


Portanto, é urgente mudar toda a Direcção militarizada antipedagógica do INP, que já demostrou no passado e demonstra no presente, que o Director-Geral Domingos Francisco, o Director Pedagógico, senhor Raúl Alegria, e outros membros da Direcção não detêm as necessárias e imprescindíveis competências pessoais e técnico-pedagógicas para o desempenho das respectivas funções directivas. Revelaram manifesta incompetência e falta de preparação para poderem liderar e cumprir com dedicação, zelo e competência a transição pedagógica que o INP necessita: mudança do paradigma de ensino medíocre até aqui praticado na instituição, para um paradigma de ensino de qualidade, motivador, enriquecedor, profícuo e saudável.


Como se justifica segundo notícias que são públicas o enriquecimento do Director Geral Domingos Francisco que gera o instituto como se o instituto fosse uma propriedade privada dele desprezando assim todo o pessoal e corpo docente e nunca tem interesse em ouvir os alunos mostrando somente interesse em tirar vantagens na gestão do instituto. Segundo as notícias, até arranjou um ajudante português para ser o seu mentor, através do consultor português o senhor Fernando Paulo, ao longo dos anos, o director viu o seu património aumentar de forma muito considerável. Até a data, não se vê uma investigação criminal séria acerca do comportamento corrupto do director.


É de salientar, que vários professores portugueses que leccionavam no ensino profissional e que tinham salários elevadíssimos em relação aos professores angolanos que eram pagos em dólares estão sem receber os seus salários atrasados há mais de 17 meses e nem sabem quando vão receber os seus salários pois a direcção do INP tem uma atitude de escape e opta pelo silêncio quanto a este assunto. No dia 8 de Novembro de 2017, saiu uma notícia no Club-K net em que colocam em causa a gestão escolar e administrativa do INP em causa esta a má gestão que vem desde do ano de 2008 e que o Director-Geral Domingos Francisco não respeita os básicos direitos laborais dos funcionários pois não tem pago os subsídios que os funcionário têm direito. Existe uma maldade institucional que eu próprio presenciei as funcionárias de limpeza e outros funcionários não tem direito nem sequer a uma refeição e nem ao subsidio de alimentação. São muitas das vezes alimentadas pela caridade alheia.


Convém realçar, que seria mais que benéfico para o INP, o Ministro Diamantino Pedro Azevedo escolher um novo director que saiba gerir uma escola e que seja uma fonte de apoio entre alunos-professores e encarregados de educação que tenha em foco a defesa dos interesses pedagógicos do instituto como a formação de um corpo docente de qualidade que domina a pedagogia e as matérias para a transmissão dos conhecimentos e que estejam moralmente comprometidos com o ensino de qualidade e com a visão de descobrirem potenciais génios petrolíferos. Por último, citando o pedagogo brasileiro Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”


O país agradece-lhe!