Lisboa - O presidente de Angola, João Lourenço, está a dar esta segunda-feira uma entrevista colectiva para marcar os seus 100 dias de mandato. O primeiro tema abordado foi o Fundo Soberano do país.

Fonte: Negocios

João Lourenço admite que "pode vir a acontecer", no curto prazo, a demissão da administração do Fundo Soberano de Angola, da qual faz parte José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente do país, José Eduardo dos Santos.

O presidente angolano explicou que foi contratada uma empresa para avaliação do funcionamento do Fundo, o diagnóstico foi entregue ao Ministério das Finanças e deverá apresentar, no próximos dias, um conjunto de medidas a implementar naquele organismo.

Questionado sobre a quantidade de exonerações feitas desde que tomou posse, João Lourenço afirmou que se tratam de actos normais de governação e que "houve tantas quantas as necessárias", sublinhando que não sente "crispação" na sua relação com o actual líder do MPLA, José Eduardo dos Santos.

O afastamento dos filhos de José Eduardo dos Santos do núcelo do poder foi outro dos temas abordado nesta entrevista colectiva. Conrtontado com a ideia de que teria feito um ataque aos membros da família do antigo presidente, João Lourenço recusou esta análise: "não perseguimos pessoas".

E referiu, a titúlo de exemplo, a rescisão do contratode gestão da TPA 2 e da TPA Internacional com a Westside/Semba, de Welwitschia (Tchizé) dos Santos e do irmão José Paulino dos Santos. "O contrato era bastante desfavorável ao Estado" e foi esse contexto que esteve na base da decisão. "Eram situaçãoes que comprovadamente eram lesivas dos interesses do Estado", sublinhou.

Sobre o combate à corrupção, João Lourenço resumiu a sua estratégia em duas palavras, "coragem e determinação". Segundo o chefe de Estado é preciso acabar com a "impunidade" porque tem sido ela "a responsável pelos altos níveis de corrupção".