Luanda – A UNITA, sente sinais de “boa vontade” do novo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, em poder vir a entregar - a direção do partido e a família - o mais breve possível, os restos mortais do seu líder-fundador Jonas Savimbi para que este possa ser enterrado na comuna de Lopitanga, no município do Andulo, que é a localidade que em vida, sempre desejou, que fosse ai sepultado junto ao túmulo dos seus pais.

Fonte: Club-k.net

Gesto de boa vontade de  João  Lourenço

Jonas Savimbi, foi inicialmente enterrado no cemitério municipal do Luena, a 24 de Fevereiro, numa cerimonia distanciada dos procedimentos tradicionais pretendido pela família. Face a carga de chuva que teve lugar no dia após ao enterro, na capital do Moxico, os seus restos mortais foram secretamente desenterrados e transportados para Luanda.

 

Porém, tendo em conta ao estado de putrefação do cadáver, resultado das balas incendiadas a que foi alvejado, os restos mortais de Savimbi foram submetido a tratamento especial de conservação encontrando-se, agora, numa área de acesso restrito, no mausoléu Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, ao lado dos cadáveres de Salupeto Pena e de Geremias Chitunda.

 

Os restos mortais do falecido SG da UNITA, Adolosi Mango Paulo Alicerces, são os únicos que não estão sob custodia das autoridades porque na altura às forças militares do ex-Presidente Eduardo dos Santos o teriam  deitado  numa vala comum, nos arredores de Viana, no  que hoje é chamado projecto Nginga Cristina.

 

Em contactos formais, as autoridades angolanas já assumiram a posse dos cadáveres dos dirigentes da UNITA, e remeteram o assunto ao ministro do interior, Ângelo de Barros Veiga Tavares, tendo ficado esclarecido  que os corpos solicitados estão sob responsabilidade da direção dos serviços prisionais.

 

O gesto de “boa vontade” e o fim do período de hostilização a imagem de Jonas Savimbi, por parte do regime, foi sentido pela iniciativa do governo de João Lourenço em colocar no “hall” do ministério dos antigos combatentes, o retrato dos três nacionalistas angolanos que lideraram o processo de independência de Angola, António Agostinho Neto, Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiros Savimbi. Um veterano da guerra de libertação pela UNITA, general Lumai Abraão “Vituzi” chegou a lagrimar  de emoção pelo simbólico gesto de reconhecimento do regime, razão pela qual suspeitam que com João Lourenço as coisas poderão vir a ser diferente.