Luanda - O Emirado Árabes Unidos está disponível para cooperar com Angola no processo de repatriamento de capitais, manifestou ontem, em Luanda, o ministro de Estado daquele país do Médio Oriente, Sultan Al Jabar, durante uma conferência de imprensa que marcou o final da sua visita ao país, logo à saída da assinatura de um acordo relativo à dupla tributação.

Fonte: JA

Sultan Al Jabar disse que “o repatriamento de capitais é uma outra área importante em que o Emirado Árabes Unidos deverá cooperar com o Banco Nacional de Angola (BNA), no sentido de se identificarem soluções e mecanismos para permitir essa repatriação”.

Sultan Al Jabar, que re-gressou ontem para o seu país depois de 24 horas de trabalho em Luanda, manteve o último encontro com o ministro das Relações Exterior, Manuel Augusto, e participou num fórum de negócios entre empresários angolanos e do seu país, durante o qual se discutiram diversos assuntos de cooperação, nos domínios da agricultura, energia sustentável, transporte e finanças.

No domínio da agricultura, Sultan Al Jabar considerou ser uma esfera que garante o desenvolvimento de qualquer país, tendo referido que o seu país tem um enorme potencial para ajudar Angola. Apesar do Emirado Árabes Unidos não ter terras aráveis, disse que o seu país tem uma indústria avançada, que pode servir para alavancar a agricultura angolana. Sultan Al Jabar acrescentou que o seu país pretende atrair os seus em-presários para investirem em Angola e trazer novas empresas de referência para as necessidades actuais de desenvolvimento.


Já ao cair da tarde de on-tem, o ministro das Relações Exterior de Angola e o ministro de Estado dos Emirado Árabes Unidos assinaram um acordo no domínio da fiscalização. O acordo visa a evitar a dupla tributação entre os dois estados. Nessa esfera, Sultan Al Jabar referiu serem “altas” as relações de cooperação entre Angola e o Emirado Árabes Unidos, tendo acrescido que a presente visita vai servir para o alargamento da diplomacia entre ambos os países.

Sultan Al Jabar admitiu ainda que Angola oferece muitas oportunidades de investimento. “Angola tem sido um exemplo de país de liderança nos negócios no continente africano”, disse, e reconheceu que a economia do país ganhou um avanço.


“Hoje, conseguimos marcar uma nova posição ao nível dos negócios em Angola, nos sectores do petróleo e gás. Mas, estamos a identificar novas áreas de negócios e de cooperação e novas oportunidades para fortalecer a cooperação”, sublinhou, quando realçou que a “nova visão da liderança de Angola é uma razão adicional para acelerar as relações fraternais entre as duas nações e trabalhar juntos para os benefícios dos dois povos”.


Em 2016, as relações co-merciais entre os dois países atingiram 1,1 mil milhões de dólares, fora do sector petrolífero. Semanalmente, os dois países têm três ligações aéreas. O fórum realizado num dos hotéis de Luanda e assinatura do acordo são, segundo o ministro Manuel Augusto, resultado da vinda ao país, no ano passado, de uma delegação do Emirado Árabes Unidos.


Durante a estadia em Angola, as duas partes mantiveram encontros e discutiram as perspectivas de cooperação económica, comerciais e técnica, assim como procedeu-se à revisão de projectos que já estão em curso, tanto no domínio da aviação civil como das telecomunicações, com destaque para os sectores que o Governo an-golano considera ser importante para a diversificação da economia.


“No âmbito da estratégia de redução da dependência do petróleo, foram conversações que vieram a dar perspectivas para uma cooperação mutuamente vantajosa”, acrescentou Manuel Augusto. “A partir de hoje, os operadores económicos dos dois países podem discutir os aspectos técnicos, financeiros e outros detalhes, para tornar possível a cooperação”, concluiu o ministro.