Luanda - Fruto de várias e constantes divagações e cogitações, aterrei em plena consciência na mais pura, porém sorumbática, conclusão: " O comportamento de cada povo reflecte a sua governação". Somos, na maior parte das vezes, aquilo que achamos normal.

Fonte: Club-k.net

Num dia singular tão menos importante, duas semanas logo após o início do ano lectivo, entrava no meu estabelecimento de trabalho quando deparei-me com o seguinte letreiro: "NÃO HÁ VAGAS".

 

Perante o mesmo, estava um mutirão de encarregados de educação, gente com a esperança quase que falecida no olhar, carregando debaixo dos braços processos de seus filhos e parentes negados por uma instituição que culpa alguma tem neste nosso mini universo sistema educacional.

 

Dos pais e mães presentes, a sua maioria fingia iliteracia por alguma razão que só eles sabem e insistiam na administração da instituição escolar que queriam adquirir uma vaga para assim puderem ver seus filhos a beneficiarem de uma obrigatoriedade que é estudar. Teimosia ou Fé exacerbada? E olha que há quem tivesse conseguido por meio de canais lúgubres e ardilosos.

 

Somos chamados a cumprir prazos para o pagamento de variadíssimos impostos estatais. Os prazos impostos muitas vezes são ignorados. Porque razão? Porque depois do prazo, há sempre uma segunda oportunidade, prazos que prorrogam. Assim fomos habituados e assim a maioria procede quando bem entende e outras vezes quando os parcos recursos financeiros assim obrigam.

 

Amanhã estamos nós a reclamar situações claras de mentalidade quando somos nós que não contribuímos com o mínimo de educação moral e obediência para que o comboio abandone o asfalto e entre nos carris.

 

É o povo que faz uma governação coerente, sã, capaz de ver, rever e atender todas as situações anómalas a si mesmos, apesar de que, no nosso caso, as realidades ainda distarem de um mundo totalmente diferente do aonde vive a maioria.

 

Somos especiais não muito pela fantástica forma de fazermos algumas coisas mas mais pelo facto de que a nossa pouca teimosia ou fé e constantes protelações para os assuntos mais urgentes ocuparem lugares de desleixo e pouca visibilidade.

 

Que culpa temos nós?

Somos apenas meros dançarinos da orquestra governamental.