Lisboa - Hoje completam-se 16 anos da morte do antigo líder da UNITA, Jonas Savimbi, e o atual presidente do partido, Isaías Samakuva, considerou, em Paris, que Savimbi "parece que agiu como profeta".

Fonte: Lusa

A 22 de fevereiro de 2002, Jonas Savimbi foi morto em Angola por tropas governamentais, aos 67 anos, e a data é celebrada como "um dia de reflexão" no seio da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

"Parece que agiu como profeta, que sabia o que o país poderia viver se não houvesse mudanças significativas, iguais àquelas que o projeto de sociedade da UNITA prevê e aquilo que é, de facto, a aspiração dos angolanos. Não há dúvidas nenhumas que Angola com ele teria conhecido um outro rumo", disse à Lusa, em Paris, Isaías Samakuva.

O líder do maior partido da oposição em Angola vai enviar "uma mensagem para ser lida" nas comemorações do 16º aniversário da morte de Savimbi, que terão lugar no sábado.

Nessa mensagem, Samakuva vai insistir na necessidade que "o projeto social da UNITA venha a ser implementado em Angola" e vai recordar os "ensinamentos" de Savimbi em relação ao país.

"Esta era a mensagem permanente do doutor Savimbi: Angola é um país de compromissos: compromissos religiosos, compromissos raciais, compromissos tribais, compromissos regionais, compromissos de tudo e o nosso país tem lutado para implementar um processo de reconciliação nacional verdadeiro. Isto não tem sido possível exatamente porque os compromissos têm sido também impossíveis", afirmou.

Questionado sobre se o "processo de reconciliação nacional" vai ser mais fácil com o Presidente João Lourenço, Isaías Samakuva disse ter essa esperança mas advertiu que é preciso "passar das promessas à prática".

"Esperamos. Se o Presidente atual, de facto, implementar aquilo que constitui o conteúdo do seu discurso, creio que esse processo dará passos mais significativos do que aconteceu até agora", afirmou.

Isaías Samakuva está de passagem por Paris, depois de uma deslocação a Budapeste, na Hungria, para a reunião anual do comité executivo da Internacional Democrata Centrista, e a Madrid e Salamanca, em Espanha, para a reunião anual da União Internacional Democrata.

O regresso a Angola está marcado para sábado.