Luanda - Ouve-se aos quatro ventos tanto dos políticos e não políticos a palavra Democracia, cuja prática tarda a verificar-se no tecido de cada cidadão Angolano que tanto dela carece. Os Angolanos viveram 40 anos quase com óculos de lente de madeira, a ponto de sentirem, mas não verem a real democracia, eis chegado o momento de: os governantes, os fazedores de opinião, políticos, sociedade civil no seu geral remando num só sentido, pugnarem para o resgate de valores que restituem a dignidade do Angolano.

Fonte: Club-k.net

Daí, parabenizar todos aqueles que estando no governo, com sentido patriótico ou não, hoje criam coragem de denunciar o escondido a exemplo do Senhor Engenheiro Saturnino, Presidente do Conselho Administrativo da Sonangol, embora isso seja ainda a Ponta do Iceberg, pois já não é novidade nenhuma de que o anterior executivo está manchado de crimes de desvios do erário público e corrupção.


Apelando ao espírito de civilidade do povo, não signifique empurra-lo na política de estupidamente remete-lo a segueira face aos crimes perpretados pelo anterior executivo de ocultar os erros de palmatória, atirando-o areia nas vistas e assim continuando a marcha.
É imperativo que do lado do actual executivo haja responsabilidade patriótica no sentido de identificar os reais problemas sociais e uma vez identificados procurar forma de dar soluções de acordos as prioridades e sensibilidades.

Não me canso de insistir de que para uma real democracia, temos de observar os quatro pilares:- Paz Militar, - Paz Política, - Paz Social e Económica, acrescido os valores que definem a Reconciliação Nacional como valência.


1o- No conceito das Nações, paz militar é a imposição de forças de uma Nação contra outra impondo e satisfazendo seus interesses.


Nos países onde houve guerra fratricida ou civil, como Angola, Moçambique e outros, paz militar não passou de acordos entre as partes envolvidas no conflito, o que implica uma manutenção e actualização dos mesmos acordos, pondo sempre em consideração as várias sensibilidades para que este acordo tenha realmente sustentabilidade. Recentemente assistimos num despacho presidencial justamente a promoverem o primeiro Presidente de Angola como ex-comandante em chefe das FAPLA (exército de libertação na luta contra o colonialismo portugues). Será um lapso do lado do Presidente da República neste despacho esquecer-se do Patrióta Holden Roberto como comandante do ELNA cujo primeiro combate nas fazendas do café marcou (apesar dos excessos cometidos) com letras indeleveis na História de Angola no processo de libertação nacional? Por outro, nos mesmos despachos oficiais na reforma promovidos a postos imediatos só são das ex-FAPLA. Será que os outros exércitos não tiveram homens bravos que merecem também reconhecimento? Ou é vontade deliberada de relegar ao esquecimento outras forças patrióticas e que sentido de reconciliaçao estaremos a pretender?
É com a paz militar que é o calar das armas mais estes gestos, que se evolui para a paz política, social e económica.

2o- A Paz política, pressupõe a livre expressão, onde os media devem dar liberdade para cada um exprimir suas opiniões.


Segundo o artigo XIX da Declaração dos Direitos Humanos: todo ser humano tem direito a liberdade de opinião e expressão. Este direito inclui a liberdade de, sem interferência ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.


Apesar de forma ainda tímida, temos assistido algumas aberturas nos meios de comunicação do Estado, e o executivo deve encorajar mais ainda esta abertura pois só faz bem ao País e ao próprio executivo, pois evita a hemorragia de (des)informação através das redes sociais e o governo está ciente dos danos que isto pode causar.


3o- Passados os 16 anos desde que se conseguiu negocear os acordos de paz, ainda não se pode falar completamente de uma paz social.


A paz social pressupõe garantir aos angolanos emprego condigno, educação, saúde e bem-estar.
A paz social é buscar a serenidade dentro da gente para viver com alegria os bons momentos, ter força e boas ideias para enfrentar os problemas e resolver as dificuldades, próprias da vida normal vivida em sociedade.


A paz social é criar um clima de harmonia e bem-estar na sociedade, na comunidade e na família, lembrando-se sempre de que onde há paz há amor, onde há Amor há Deus e onde há Deus nada falta.

4o- O País não pode, nesta fase de diversificação da sua economia viver situações que concorram para que as condições legislativas e institucionais, ao nível de criação de emprego, não conheçam a sua efectivação com a eficácia que se pretende.


Numa das minhas anteriores publicações já dei uma pincelada sobre o que o governo para uma reconciliação efectiva no quadro da economia, poderia ter como opção, no espírito de correcção do tiro. Ainda acrescentaria que para desencorajar (des)informações nos midia, é imperativo que se encorage ao Presidente da República, tirar ao sol toda informação no que toca aos que delapidaram o erário público e medidas a tomar, ao combate a corrupção não deve ser uma palavra oca, mas acompanhado com acções concretas aos olhos de toda população, pois daí crê-se que o executivo não irá perder control da situação nos próximos tempos, porque o risco de o perder é eminente caso o governo não atender estes pressupostos.