Kwanza Norte – Cerca de 500 trabalhadores angolanos denunciam os maus-tratos que têm vindos a sofrer pelas mãos do consórcio chinês, China Gezhouba Group Corporation e Niara Holding (CGGC & Niara), há mais de um ano. O Club-K soube junto de uma fonte segura que, os mesmos são forçados a trabalhar em condições humilhantemente desumanos como se de escravos tratasse, em pleno século XXI.
Fonte: Club-k.net
Despedimentos sem justa causa, trabalhos forçados sem repouso (em zonas de riscos), alimentação inadequada, são dentre outras as condições desumanas a que são submetidos os operários que estão a contribuir na construção da nova barragem hidroelétrica de Caculo Cabaça, na comuna de São Pedro da Quilemba, município de Cambambe, província do Kwanza Norte.
A obra financiada pelo Banco de Comércio e Indústria da China está avaliada em 490 mil milhões de kwanzas. Dentre várias denúncias chegadas a redacção do Club K, constam também baixos salários, tortura física e psicológica (quando esses reivindicam repouso laboral), falta de assistência médica e medicamentosa e abolição de férias, como no tempo de escravatura.
Expostos à sérios riscos de vida, as vítimas de tarefas forçadas alegam trabalham dentro do rio Kwanza, em áreas onde há jacarés e outros animais ferozes, sem medidas preventivas nem de segurança para eventuais descuidos de acidente laboral. Trabalhar em grandes alturas nas máquinas, a prospecção de túneis, o desvio do curso do rio Kwanza são igualmente outros factores de insegurança, como afirmam as fontes.
“Comemos muito mal e ainda por cima trabalhamos de segunda a segunda sem descanso. Se reivindicar vais para a rua sem indemnização, ou senão és agredido pelos chinês. Entramos no rio sem boias. O posto médico nunca tem medicamento. Se tiver somos obrigados a comprar com o nosso salário miserável”, denunciou um dos trabalhadores.
Para além de trabalharem em condições humilhantes, estes trabalhadores são transportados em viaturas de mercadorias, sob o excesso de lotação, para os campos de trabalho. O salário varia da seguinte forma: Pedreiro - 19 mil kwanzas; Electricista - 28 mil kwanzas; Motorista pesado - 36 mil kwanzas; Já o soldador ganha entre 44 a 53 mil kwanzas.
