Luanda - O novo embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe disse hoje esperar que a polémica sobre a cervejeira Rosema seja resolvida pelos tribunais, acreditando que o assunto "não vai atrapalhar" as relações bilaterais.

Fonte: Lusa

"São empresas comerciais e, portanto, penso e espero que os tribunais resolvam essa questão. Mas vamos deixar a justiça trabalhar", disse, sublinhando que "não faz sentido" que o assunto "atrapalhe as relações entre os dois países", disse Joaquim Duarte Pombo.

O diplomata acrescentou que a questão da Rosema está no foro judicial, pelo que, sintetizou, "vamos deixar que eles resolvam a questão".

No passado dia 26 de março o Supremo Tribunal Angola exigiu ao Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé a devolução da Carta Rogatória e a devolução da cervejeira Rosema ao empresário angolano Mello Xavier.

Foi a segunda carta rogatória remetida pelas autoridades judiciais angolanas ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) são-tomense no espaço de três meses, sendo que a primeira foi enviada com a data de 20 de dezembro de 2017.

Nesta última carta, o Supremo Tribunal de Angola deixa o aviso de que esta "é a segunda e última insistência no cumprimento da devolução da carta rogatória", sobre um processo judicial que as duas instâncias judiciais procuram resolver desde 2009.

No entanto, em comunicado divulgado no passado dia 13, o governo são-tomense disse que a devolução da carta rogatória "não significa reabrir um processo transitado em julgado e arquivado".

Joaquim Pombo entregou hoje as suas cartas credenciais ao Presidente são-tomense Evaristo Carvalho.

"São Tomé é um país importante e com o qual temos laços de solidariedade e uma história comum e temos mesmo laços de consanguinidade e, portanto, temos todos os elementos para dar certo nessa cooperação com esse belo país", disse à saída cerimónia o diplomata angolano.

Sendo a primeira vez que se desloca a São Tomé e Príncipe, Joaquim Duarte Pombo sublinhou estar "imbuído de vontade para aprofundar cada vez mais" as relações bilaterais "nos mais variados níveis e dar continuidade ao trabalho que foi feito" pelo antecessor.

O embaixador angolano apontou os negócios, turismo, agricultura e comércio como as áreas possíveis para "fortalecer a cooperação", a qual considera poder ser facilitada pela proximidade.

Joaquim Duarte Pombo substitui no cargo Alfredo Mingas, que era o decano dos embaixadores em São Tomé Príncipe, e que regressou a Angola em finais do ano passado para assumir o cargo de comandante geral da Polícia Nacional angolana.