Luanda - A imprensa portuguesa, incluindo a pública, teima, salvo excepções, em fazer campanha contra Angola e não jornalismo.

Fonte: JA

Um dos exemplos mais recentes é o despacho da LUSA acerca do posicionamento do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) referente ao processo de reformas em curso nas empresas públicas de comunicação social angolanas. O referido despacho é uma autêntica peça de manipulação e desinformação, que não abona a favor da isenção da agência noticiosa do Estado português.


Desde logo, trata-se de uma cobertura informativa de um lado só, ou seja, a LUSA baseou-se apenas no comunicado do SJA, ignorando olimpicamente o comunicado do ministério angolano da Comunicação Social. O autor da pseudo - notícia precisa de voltar aos bancos da escola ou, mais simples ainda, inspirar-se nos ventos que sopram na imprensa pública angolana, para aprender o que é o contraditório e que todo o facto tem várias matizes.


Pior do que isso, a notícia da agência estatal portuguesa misturou deliberadamente alhos e bugalhos, ao juntar a posição do Sindicato de Jornalistas Angolanos em relação a questões de índole administrativa e laboral com referências despropositadas ao exercício da liberdade de expressão e de imprensa em Angola, à linha editorial dos órgãos públicos de comunicação social e até – pasme-se – à cobertura jornalística das eleições gerais de 23 de Agosto de 2017 pela imprensa estatal angolana.


O que tem uma coisa a ver com outra? O que está em causa no actual debate entre o SJA e as empresas públicas de comunicação social não são questões de natureza editorial, mas, repita-se, administrativas e laborais. Ao misturar isso com questões editoriais e até políticas ultrapassadas, a agência portuguesa pretende apenas lançar a confusão, por motivos e interesses óbvios.


O ponto é que, sete meses depois do início da governação de João Lourenço, os adversários e todos os ressabiados contra o actual Executivo e o partido que o sustenta estão sem argumentação política para fundamentar o posicionamento. A abertura (política, informativa, económica e diplomático-consular) e a moralização em curso em Angola são dois factos inquestionáveis. Desesperados, aqueles não hesitarão em recorrer a tudo e mais alguma coisa, até a simples factoides, como fez a LUSA, para manchar a nova reputação de Angola.


Não passam, pois, de pescadores de águas turvas. Mesmo que tenham carteira de jornalistas.