Lisboa - O regresso de Fernando Garcia Miala e a sua subsequente nomeação para chefiar o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), foi antecedida com a nomeação de quadros de sua confiança, dando azo a ilação de que é a ele a quem o novo PR, esteja a apoiar-se, no dossier da restruturação do aparelho de Defesa e Segurança Nacional.

Fonte: Club-k.net

Tem se revelado no mais influente  conselheiro de JLO 

Um levantamento efectuado pelo Club-K registrou, nomeações que poderão ter contado com a assessoria do antigo patrão do SIE, que deste o ano passado – antes da sua nomeação para o SINSE - vem colaborando com o novo Chefe de Estado.

A saber:

Nomeação, em Novembro de 2017, de Alfredo Eduardo Manuel Mingas “Panda” como comandante geral da Polícia Nacional. “Panda” e Miala são muito chegados ao ponto de um visitar a casa do outro, aos finais de semana. A amizade de ambos estende-se também aos seus filhos, Eduardo Carvalho Mingas e Luiana Miala Semedo que tratam-se por primos.

 
Nomeação de Apolinário José Pereira como chefe do Serviço de Inteligência e Segurança e Militar. O general Apolinário é a figura que colocou Fernando Miala na então Contra -Inteligência Militar, e logo a seguir ambos foram trabalhar para a missão militar angolana estacionada em São Tome. Trabalharam sempre juntos. Quando o então capitão António José Maria tornou-se o secretario do PR para os assuntos de Defesa e Segurança, era o seu substituto natural, e Fernando Miala, o responsável pela área operativa deste organismo da Presidência. No seguimento da queda de Miala, em 2006, o general Apolinário seria igualmente melindrado do cargo de chefe da Contra – Inteligência Militar.

 

Nomeação do comissario Sebastião Domingos Gunza, como Inspector-geral da Administração do Estado. Domingos Gunza, que exerceu antes, o cargo de director geral-adjunto do Serviço de Investigação Criminal é igualmente próximo ao general Fernando Miala.

 

Reabilitação da tenente-general Mariana de Lourdes Lisboa Filipe antiga chefe do Serviço de Informação (SINFO, agora SINSE). Mariana Lisboa que estava “desaproveitada” como membro da OMA, regressou recentemente ao SINSE, pelas mãos de Fernando Miala, tornando-se sua conselheira. Mariana foi afastada da segurança em 2006, na sequencia da queda de Miala.

 

Nomeação esta semana, do general António Egídio de Sousa Santos como chefe do Estado Maior General das FAA. O general “Disciplina” é também um dos amigos de verdade de Fernando Miala. Ambos já trabalharam juntos, quando Miala foi vice-ministro do interior para segurança, e Egídio de Sousa Santos estava como director nacional do SME (na altura com a designação DEFA). Também quando Miala foi afastado compulsivamente do SIE e preso, o general “Disciplina” foi dos poucos amigos que o telefonou mostrando a sua solidariedade. Os restante, militares amigos distanciaram-se de Miala, com receio de poderem vir sofrer retaliação por parte da dupla “Kopelipa” e José Maria, responsáveis da queda aquele.

 

Para breve, deverá ser também nomeado um novo Director Geral Adjunto do SIE, em substituição do tenente-general Azevedo Xavier Francisco “Xavita”. Os candidatos ao cargo são, os coronéis Miguel Francisco André e Maria da Conceição Domingos, ambos da extrema confiança do general Fernando Miala. Miguel André e Maria da Conceição Domingos foram há 10 anos, Director Geral Adjunto do SIE e directora da contra inteligência respectivamente. Foram afastados em 2006 e presos com Miala, na sequencia de uma cabala politica que teve como rosto o então general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”.

 

É também pronunciado, o regresso do comissario chefe, José Alfredo “Ekuikui” como próximo ministro do interior. Alfredo “Ekuikui” fora o comandante geral da Policia Nacional, até ter sido afastado em 2006, devido a sua amizade com Fernando Miala.

 

Influências dentro do partido 


Fernando Miala também tem ligações privilegiadas com dirigentes do Comité Central do MPLA. São identificados como seus amigos, Carlos Maria Feijó, Bento dos Santos “Kangamba” (que o visitava na prisão) e António Pitra Neto (que o telefonava na cadeia). Quando Miala foi detido, Pitra Neto era vice-Presidente do MPLA, e a dada altura já não era recebido e viu o seu poder administrativo reduzido ou/e transferido para o então SG, Dino Matross. Em reação a “falta de confiança” apresentou demissão alegando motivos de saúde.