Sumbe – Os casos constantes  do fenómeno de feitiçaria por acção da Tala que se registam diariamente na província do Kwanza-Sul têm provocado de forma constante muitas mortes a pessoas de toda faixa etária.

Fonte: Club-k.net

É um feitiço colocado em zonas de grande transitabilidade e, é feito com um determinado pó e folhas secas que são armadilhadas por onde o fluxo de pessoas é maior. Basta alguém pisar no cordão feito pelo malfeitor e… zás. Só gritos.

Quem acciona a Tala não pode ser tratado no hospital porque, tão logo lhe é ministrado uma injecção ou qualquer medicamento, dez  minutos depois a pessoa morre. Ela só é curada tradicionalmente.

Por este facto, a directora provincial da  Acção Social, Família e Promoção da Mulher do Kwanza-Sul aproveitou a ocasião em que todos sobas da província estiveram reunidos para mostrar sua inquietação e pedir que as autoridades tradicionais façam alguma coisa.

Conceição Neto não precisou número de vítimas por Tala mas, disse que diariamente morre muita gente com este fenómeno feiticista:

“Tem a ver com o fenómeno da feitiçaria específicamente do fenómeno da Tala. Morre muita gente de tala então, queriamos aqui perguntar aos nossos papás, as nossas mamãs, o quê que podemos fazer para acabar com este fenómeno. Quando é doença, sabemos que sim morreu de paludismo, tuberculose e agora, o quê que vamos fazer! E diariamente as famílias são assoladas com este fenómeno da tala. Papás, acudam as famílias. Vocês é que são as autoridades tradicionais. Vocês é que têm esta competência de velar por isso”.

Outro fenómeno que inquieta o sector feminino na província tem a ver segundo São Neto,  com casos de violação  sexual a menores e incesto que para a responsável da família tem também a ver com a indecência de muitas mulheres sobretudo adolescentes:

“Outro fenómeno também é da violação de menores. Estão a violar muito, muito mas muito. Agora são casos e casos que estamos sempre a receber e os casos as vezes não são denunciados. Os pais a violarem as suas filhas, entre irmãos, os tios e não se consegue denunciar, as mulheres não cconseguem denunciar porque têm receio de como é que vão sustentar a família se o marido, se o dono da casa fôr para cadeia. O quê que vamos fazer! Que medidas vocês nos podem auxiliar para fazer com que as famílias estejam a viver mais em harmonia. Os filhos estão a ficar transtornados, o vestuário das meninas que também pode ser uma incitação para a violação sexual. O quê que nós vamos fazer! Todos vamos dar as mãos para combater esta grande enfermidade, isto é uma pandemia social. As mães estão aflitas, diariamente recebemos estas queixas, estas preocupações”.

 

A soba Madalena Chilombo apesar de representar a autoridade máxima nas comunidades, também é mãe e  disse ter ganho do encontro, métodos que a poderão ajudar a disciplinar seus filhos e adultos no que tange aos maus vícios e desencorajar aqueles que acusam crianças de feiticeiras:

“E com esta experiência, a retirada dos maus vícios.  Os nossos filhos mal vestem na rua. A invenção de feitiçaria  nas crianças de menor idade”.

 

Ainda não há números exactos mas, no Kwanza-Sul já foram notificados ano passado mais de quinhentos casos de violação sexual a menores e mais de cem de acusações de feitiçaria a menores de idade.