Lisboa – De entre as principais forças com assento  parlamentar, em Angola, o MPLA é o único que não imitiu uma declaração pública a lamentar pelo recente passamento físico de Afonso Dhlakama, líder histórico da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO).

Fonte: Club-k.net

Considerava-o  de “malandro”

A UNITA fê-lo, no mesmo dia em que foi anunciado o falecimento de Dhlakama, a quem considerou “um verdadeiro combatente pela liberdade”. A CASA-CE, através do seu Vice-Presidente, Lindo Bernardo Tito, classificou Dhlakama como “um lutador pela democratização de Moçambique e de muitos países africanos”.

 

O Presidente de Portugal, Marcelo de Sousa e outros políticos da arena internacional reagiram também apresentando sentimento de pesar ao povo moçambicano pela perca do carismático líder da RENAMO, acontecido no dia 3 de Maio.

 

O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, igualmente principal opositor político de Afonso Dhlakama, soube separar as águas, tendo decretado funeral oficial para o Presidente da RENAMO.

 

Porém, passado quatro dias, o MPLA mantem-se no silêncio.

 

Afonso Dhlakama sempre foi visto pelo regime angolano como um “mau da fita”. No ano passado,  o Vice-Presidente do MPLA, João Lourenço,  durante uma visita a Maputo, chamou de malandros, a oposição moçambicana, que a data tinha a cabeça Afonso Dhlakama.

 

De acordo com precedentes, o MPLA dificilmente reage a falecimentos de figuras tidas como opostas aos seus ideais ou que reclamam pelas liberdades cívicas. 

 

Em 2010, o MPLA também não lamentou a morte do frei João Domingos, que em vida condenava a corrupção, e aos atentados contra as liberdades cívicas em Angola que se tornaram bandeira na governação do Presidente José Eduardo dos Santos. Semanas antes,  ao falecimento do sacerdote, o Jornal de Angola, a época dirigido por José Ribeiro, publicou um texto destratando o padre a quem chamou de “desbocado”.

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