Londres - A Presidente da Casa De Angola No Reino Unido, Felicia Luvumba, é citada como tendo   apresentado a sua demissão daquela instituição  como forma de protesto contra a falta de integridade dos seus colegas de direcção e  apos a observância de irregularidades no financiamento e orgânica estrutural da Casa de Angola.

Segundo a “angolanetrario” a demissionária presidente alega que: “A Casa de Angola foi registrada como uma empresa privada de comercio de imobiliários, com fins lucrativos, onde os lucros vão para a empresa e não para a  comunidade.”

Felícia Luvumba, segundo ainda aquela Radio  referiu ainda, relativamente as irregularidades cometidas na Casa De Angola, que para si o que esteve em causa desde o inicio foi uma questão de ética: "Não estamos a agir bem para com a nossa Comunidade, estamos a lidar com pessoas e temos que ter respeito. Pedimos dinheiro como instituição filantrópica, mas funcionamos como organização com fins lucrativos".

Quando questionada sobre as possíveis represálias resultantes da exposição deste caso, a Felícia considerou que os interesses de Angola deverão prevalecer sobre os interesses de alguns Angolanos corruptos: "O nome do Pais esta em causa, tenho a consciência tranqüila porque fiz o meu papel em desvendar esta cabala."

De lembrar que Felícia Luvumba anunciou a sua demissão através de um email enviado aos seus colegas de direcção da Casa De Angola que transcrevemos na integra.
 
 
Caros colegas da Comissão Executiva da Casa de Angola no Reino Unido,
 
A Casa de Angola está registada na Companies House como uma empresa privada com fins lucrativos (Casa de Angola Ltd). Junto anexo certificado do registo.
 
Esse registo é incompatível com os objectivos sociais, culturais e humanitários com os quais a Casa de Angola se apresentou à comunidade. Temos pois que resolver essa incompatibilidade com urgência para que o trabalho da Casa de Angola seja em conformidade com a lei.
 
Após consulta de documentação e experts na matéria, são-nos apresentadas duas opções:
 
Primeira: fechar a Casa de Angola Ltd e fazer um novo registo como organização com fins humanitários e sociais (charitable objectives).
 
Segunda: manter a empresa privada com fins lucrativos e abrir uma nova organização com charitable objectives.
 
Alguns colegas são de opinião de que se deve manter a empresa já registada. Eu não tenho objecções quanto a essa opção desde que seja nas seguintes condições:
1) A empresa deverá mudar de nome uma vez que o nome “Casa de Angola” está associado a um projecto com objectivos sociais, culturais e humanitários, em todos os países onde existe uma Casa de Angola. Não faz, pois, sentido que apenas no Reino Unido a Casa de Angola seja uma empresa privada e a organização equivalente às diversas Casas de Angola nos outros países, tenha um nome diferente. A empresa pode chamar-se, por exemplo, Angola Business Link.
2) Como já tive oportunidade de dizer aos colegas, eu abracei o projecto Casa de Angola como organização com fins sociais, culturais e humanitários e não como empresa privada com fins lucrativos. Por essa razão, a manter-se a empresa, eu apresento imediatamente a minha resignação à Companies House como um dos 3 directores actualmente registados.


 
O projecto Casa de Angola tal qual é concebido na Constituição subscrita pelos Srs Anapaz Neto, José de Carvalho, José Nascimento e José Júlio em 2000, cujo Art. 2º reza que “A Casa de Angola no Reino Unido é uma organização, de carácter cultural, social, filantrópico e humanitário constituída por cidadãos angolanos residentes no Reino Unido, que tem como objectivo congregar e unir toda a comunidade em torno dos nossos valores culturais, bem como promover actividades de carácter social, recreativo, desportivo e de convívio, associados ao desenvolvimento dos nossos valores patrióticos, de identidade e de Nação”, esse projecto não pode morrer. Devemos isso à comunidade a quem apresentamos o projecto e a quem criamos grandes expectativas e devemos continuar o nosso trabalho ao ritmo que essas expectativas impõem. Por isso apelo aos colegas que se pronunciem o mais rápido possível quanto à opção a tomar para podermos dar continuidade aos nossos trabalhos. Aguardo as vossas reacções até sexta-feira próxima.
 
De qualquer forma, é de referir que o processo eleitoral não precisa de estar parado enquanto a questão do registo não fica definida porque de uma maneira ou de outra, o projecto Casa de Angola com objectivos sociais vai continuar e a minha contribuição nesse projecto mantem-se a 100%.
 
Os melhores cumprimentos,
 
Felícia Luvumba
Presidente Interina

Fonte: Club-k.net